Mesmo longe fisicamente, os profissionais de atendimento educacional especializado que atuam na rede estadual de ensino estão presentes no dia a dia dos estudantes da educação especial durante o ensino remoto.
Por meio de chamadas telefônicas, ligações de vídeo e recadinhos enviados junto com as adaptações dos Planos de Estudos Tutorados (PETs) e das atividades complementares, os educadores dão o suporte necessário para a realização das atividades.
Este é o típico exemplo da professora Gilmara Ferreira de Souza Marques, da E.E. Clóvis Salgado que além de fazer a adaptação dos PETs e das atividades complementares elaboradas pelo professor regente, assim como muitos outros educadores, mantêm contato com os estudantes público da Educação Especial e seus familiares.
Devido a suspensão das aulas presenciais, necessária por causa da pandemia da Covid-19, a professora de apoio Gilmara Marques, que atua na Escola Estadual Clóvis Salgado, em São Sebastião do Paraíso, precisou recriar sua prática de trabalho adaptando sua atuação para as atividades remotas.
Para estar junto de seus alunos, ela precisou reinventar-se em suas ações e tem apostado em ligações de vídeo, elaboração de material concreto e um contato próximo com os familiares dos estudantes.
“Os vídeos são importantes, porque ajudam a deixar o conteúdo mais claro e os alunos também precisam de um material mais concreto. Com as ligações, eles sentem a presença do professor”, comenta Gilmara. Ela descreve que depois de prontas, os pais a encaminham as fotos das atividades. “Essa parceria com as famílias é essencial e resulta em uma troca muito rica”, destaca a professora, que também envia jogos para os estudantes.
Uma das alunas atendidas pela professora é Natália Paulino de Souza, que está no 9º ano do ensino fundamental. “Para a Natália, que tem deficiências múltiplas, eu busco trabalhar temas ligados ao contexto que ela vive e faço as adaptações dentro do que está sendo apresentado pela professora regente. Por exemplo, se a professora faz um poema, eu faço a adaptação usando o nome da Natália”, conta a professora.
Nas ligações, a educadora busca motivar a participação da estudante nas atividades e sempre explicar da melhor forma como as atividades devem ser feitas. A explicação é para o pai da Natália, que auxilia na realização das atividades, e para a estudante, que executa o que é pedido.
Para o pai da Natália, José Paulino de Souza Neto, o apoio da professora é fundamental. “A Gilmara me ajuda muito e sabe das dificuldades que encontramos aqui na roça. Ficar longe da escola está sendo difícil para a minha filha, mas a Gilmara manda as atividades, entra em contato, explica como eu posso ajudar e conversa com a Natalia. Só tenho a agradecer”, afirma.
Adaptaçãodo material
O trabalho dos professores que atuam na Educação Especial consiste em realizar as adaptações curriculares para que o estudante público da educação especial possa ter acesso aos materiais previstos no currículo. Esse profissional trabalha de forma colaborativa com os professores regentes. Durante o Regime de Estudo não Presencial, implementado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) em decorrência da pandemia da Covid-19, este trabalho conjunto se fortaleceu ainda mais.
Conforme ressalta Suéllen Cristina Ferreira Gomes Fernandes Coelho, coordenadora de Educação Especial Inclusiva, que ressalta o empenho e dedicação das educadoras. “Os professores estão trabalhando de forma colaborativa, no sentido de fazer com que o conteúdo que o professor regente está ensinando chegue ao aluno público da Educação Especial”, explica.
Ainda segundo Suéllen, outra colaboração importante está relacionada com as famílias dos estudantes. “Os professores estão com este contato próximo e isso é muito importante. Eles desenvolveram diferentes estratégias, como ligações para as famílias e os recadinhos e orientações”, conclui.