Contador, administrador de empresas, especialista em mercado, o paraisense Gilson Aloise de Souza desde seu primeiro emprego construiu exitosa carreira profissional voltada para o agronegócio, especificamente no segmento café. Em 2016, a convite de um amigo montou sua própria empresa, a Safras & Negócios na avenida Oliveira Rezende, 1397 que tem se expandido e atua em outras regiões.
Ainda adolescente, em 1989 Gilson foi trabalhar na Cooparaiso como office-boy. Com o passar dos anos tornou-se classificador, degustador de cafés, e posteriormente se desenvolveu na área comercial. Depois de dezessete anos de cooperativa, foi trabalhar na multinacional Luis Dreyfus como classificador, e trader. Tornou-se gerente regional, e praticamente andou pelo Brasil todo, tanto na área de café arábica, quanto conilon. Foram dois anos em São Paulo, quase um e Vitória, no Espírito Santo e depois Varginha no Sul de nosso estado, onde foi montada a regional da empresa.
“Retornei para São Sebastião do Paraíso em 2013 para a mesma casa onde comecei. Em 2015 quando descontinuou a operação, fizemos toda a travessia, a transição para a Coopercitrus. Nesse ínterim tive oportunidade de voltar para o mercado, mas a convite de um amigo montei a Safras & Negócios cujas atividades se iniciaram em 2016”, relata.
A Safras atua na área de consultoria comercial, financeira, administrativa e logística, e tem todo o suporte comercial em café, como classificação, comercialização e também análise técnica e agronômica. Nosso objetivo é atender todos produtores na área do agro voltado para o café” salienta Gilson Souza.
“Fizemos parcerias e hoje são praticamente quatro multinacionais que representamos, cada uma num segmento focada em um tipo de operação, as quais nos dão todo acompanhamento há praticamente quatro anos. Adquirimos uma empresa na área de seguros, administração financeira, voltada também para o agronegócio, olhando para um novo mercado e modelo que são os seguros agrícolas. O foco é dar amparo para o produtor segurando suas lavouras contra intempéries como granizo, geada, seguros de máquinas e implementos, animais, no transporte, e estendendo também para outras áreas financeiras como consórcios agrícolas, e empresariais”.
Gilson enfatiza que a cada momento tem sido ampliada esta operação de serviços no Brasil, e a Safras está em constante atualização em relação a isso. Cita que além de seguros, recentemente o banco da qual a Safras é parceira abriu o leque voltado para o agronegócio na área de empreendimentos, ou seja, financia a construção de armazéns, silos, logística, e também exportações, como ACC (que permite ao exportador indireto financiar sua produção exportável – , ACE (adiantamentos sobre cambiais), operações de hedge, praticamente uma área nova que vem se aproximando cada vez mais do produtor.
Sobre expansão, ele afirma que sempre pretende empreender. “É natural que daqui para frente principalmente por causa da pandemia, muitas coisas a gente reaprendeu, e muitas vão mudar. Sem sombra de dúvidas, sempre penso em ampliar, mas num modelo de parcerias onde cada um faz papel no negócio, uma parte. Expandir como Safras, mas modelo com parceiros. Pegar a qualidade de cada um e somar, de modo oferecer o melhor serviço possível para o agro”.
Com essa visão, desde abril deste ano a Safras montou centro de negócios em Alpinópolis “Temos lá praticamente o que temos aqui”. Embora não “carreguem” o nome da Safras, a empresa também está em outras regiões como em Franca, na Alta Mogiana, e em Varginha, Sul do estado.
Sobre os preços atrativos que estão remunerando o produtor em patamares que há muito tempo eram atingidos, Gilson Souza com a experiência de mais de trinta anos nesta atividade, analisa que o mesmo ocorreu em outros momentos. Cita como “exemplo clássico 1994”, “ciclo interessante em 1998”, “diferente em 2000”e em outros naquela década, todos marcados por fatores, seja climáticos, econômicos ou políticos. “O mais importante é que cada época de momentos bons, tem uma particularidade. O que estamos vivenci-ando hoje eu nunca passei, ou seja, a pandemia, caso muito complexo, problema muito mais social que econômico. Econômicas, serão as consequências no pós-pandemia”, prevê Gilson Souza.
Em relação à remuneração sempre o agro vai remunerar. Acreditei e acredito no Brasil e hoje venho comprovar que o Brasil é o celeiro do mundo. Vou empreender e tenho certeza que o produtor brasileiro é totalmente diferente dos demais no mundo. É arrojado, acredita, haja vista que se você pegar uma cadeia de produtos produzidos no Brasil e comparar o que era há cinco, dez anos, e hoje, irá concluir, que revolução foi essa?
O diretor da Safras salienta que o produtor de café se revolucionou, o de soja, o de laranja, açúcar, álcool, todos eles, da porteira para dentro provam que de fato o Brasil é o celeiro do mundo.
“Alguns veem como ameaça, outros como oportunidade. Entendo que temos muito mais a crescer pela oportunidade que por ameaça, porque o fator econômico daqui para frente é que vai diferenciar, nos tornar grandes e capazes de gerar receitas para pequenos, médios e grandes. É cada um se organizar, e tem que inovar. A tendência da população é crescer, e logo serão 10 bilhões de pessoas no mundo, que precisam de energia, e irão consumir, não têm como substituir o alimento vindo da terra. O Brasil está alavancado visto muito bem lá fora, e isso se deve ao grande momento que plantou lá atrás”opina.
Gilson acrescenta que “todo esse resultado tem acontecido independentemente de governo, com todos os percalços que a gente tem. Vemos produtores vencendo barreiras. Não enxergam outro produtor como concorrente, e sem perceber, o produtor brasileiro rompeu o mundo com todas as taxações a que está sujeito, custo alto, péssima logística, agora é que vem melhorando. Nem por isso desistem. Deus é de fato brasileiro, não temos grandes problemas climáticos, químicos, tufões, alagamentos em grande escala”, afirma.
Sobre seu ponto de vista quanto a Associação Comercial, Agropecuária e Serviços, Gilson Souza diz: “Sou suspeito falar sobre a ACISSP por estar muito próximo dela. Em um breve histórico vejo que a Associação cresceu muito e vai crescer muito mais. Esse empreendimento na gestão do presidente Ailton Sillos é algo a ser enaltecido e temos que continuar esse trabalho. Vamos precisar de um trabalho mais árduo daqui para frente, porque conforme disse, vamos crescer, e precisamos crescer juntos. Conto com a ACISSP e ela pode contar comigo”, conclui o diretor da Safras & Negócios.