ELE por ELE

DR. FLÁVIO VILELA DIOGO

Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 14-08-2021 10:34 | 2714
Dr. Flávio Vilela Diogo
Dr. Flávio Vilela Diogo Foto: Joel na Balada

"A vida que professar será para benefício dos doentes e para o meu próprio bem, nunca para prejuízo deles ou com malévolos propósitos". O trecho do juramento de Hipócrates, proferido por cada médico ao abraçar esta nobre profissão, requer vocação. Em qualquer atividade que escolhemos exercer, a palavra é determinante na definição do bom profissional. A medicina não foge à regra e nosso entrevistado, extremamente bem quisto por seus pares e pacientes, coloca diariamente em prática as lições aprendidas. Aos 40 anos, o jovem médico cardiologista Dr. Flávio Vilela Diogo tem sua profissão como filosofia de vida. Cada conquista representa mais um desafio e Flavio, generosamente, compartilha sua jornada

Flávio, nos conte sobre sua família de origem e seus primeiros anos.
Sou paraisense, filho de Milton Diogo Pereira e Maria Célia Vilela Diogo. Tenho três irmãs, Fernanda, Flaviana e Fabíola. Neto de produtores de café aqui da cidade, Sr. Olímpio Siqueira Vilela e Sr. José Diogo Pereira, passei a infância acompanhando meu pai e avós na agricultura, com suas dificuldades no ofício do homem do campo, seus riscos climáticos naturais, rotina sem descanso e também convivendo com muitos trabalhadores e suas famílias. Estudei no Colégio Paula Frassinetti até o final do Ensino Médio, onde tive bons professores e fiz grandes amigos, alguns presentes em nossas vidas até hoje.

O que o levou a escolher a medicina?
Escolhi a medicina pela admiração por alguns amigos médicos de meus pais, como Dr. Henry (cardiologista), Dr. Hebert (obstetra, que inclusive procedeu o parto do meu nascimento). Não havia nenhum médico em nossa família naquela época.

Qual sua formação e atuação profissional?
Graduei-me em medicina em 2006 pela Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Cursei a residência de Clínica Médica (2009) e a de Cardiologia (2011) no Hospital de Base, também em São José do Rio Preto. Trabalhei naquele hospital e também no Hospital AUSTA, da mesma cidade. Também realizei plantões aos finais de semana na UTI da Santa Casa de Olímpia entre 2009 e 2010. Atualmente trabalho na Cardiologia do HRCor-Santa Casa de São Sebastião do Paraíso, na Unimed e também em meu consultório particular aqui na cidade.

Se não fosse médico, qual profissão escolheria?
Seria agricultor.

Qual é a realidade da Santa Casa? Sabemos do trabalho e conquistas recentes, mas em sua opinião, algo ainda pode ser aperfeiçoado?
A Santa Casa tem melhorado seu atendimento desde a intervenção e segue crescendo. Sempre temos que seguir aperfeiçoando e treinando nossos colaboradores, assim como demonstram os hospitais de referência que usamos como exemplos de excelência em saúde. É fundamental não perdermos o atendimento humanizado aos pacientes (mesmo com o crescimento do volume de serviço), como também o investimento contínuo no treinamento de profissionais médicos e da enfermagem. Esse é o caminho para alicerçar o plano de referência estadual.  

Nesses anos de atuação, esta pandemia que ainda enfrentamos foi seu maior desafio profissional?
Sem dúvida, foi sim! Essa força tarefa de enfrentamento ao covid envolveu risco pessoal, familiar, resistência física e mental de todos nós nesse hospital. Também perdi familiares nessa luta. Quem esteve lá internado, ou algum familiar que lá permaneceu isolado, assistiu de perto a luta de toda a equipe (fisioterapia, limpeza, enfermagem, assistentes sociais e médicos). Espero que essa tragédia não se repita.

Ainda sobre a pandemia, acha que ela já está controlada?
Está em curso de remissão, conforme avanço da vacinação de adultos e jovens, ela será controlada.

Nossa cidade a enfrenta bem?
Sim, podemos afirmar que a nossa cidade teve atendimento exemplar (frente à realidade de outras regiões do país). Trabalhamos muito para que nenhum paciente de nossa cidade ou da nossa microrregião ficasse sem atendimento ou esquecido em algum leito de pronto socorro.

Quais os indicativos necessários para retomarmos todas as atividades normalmente?
Penso que vacinação de 70% da população será uma boa segurança para a retomada de vida quase normal.

Deixando um pouco a medicina de lado, o que é raro para um médico, nos conte sobre a família que constituiu. O que eles representam?
Minha família cresceu! Temos o Benício, filho de um ano e meio, a esposa Elisa, sem esquecer de nossos pais, sogra, sogro, irmãs, cunhados(as), sobrinhos. Como bom mineiro, mantenho a tradição e o prazer de conviver em grande família, como um círculo de força e de apoio mútuo. Isso é o que vale na vida!

O que gosta de fazer nas horas vagas?
Gosto de descansar na zona rural e andar a cavalo. Aprecio muito também a represa de Furnas.

Você é um homem de fé? O que te move?
Tenho fé. O que me move é exercer a cidadania, trabalhar honestamente e ser um bom exemplo para meu filho. O restante é consequência do trabalho. 

Flávio, qual sua maior conquista?
Foi lutar pelo credenciamento junto ao SUS e a expansão de atendimento do Hospital Regional do Coração.

E o que ainda pretende conquistar?
Pretendo lutar para que médicos e enfermeiros tenham representação no Conselho de Administração da Santa Casa.

Para finalizar, o que diria para um jovem que pretende seguir na medicina?
Eu diria que ser médico requer disposição de atender e servir às pessoas, com dedicação e respeito. Passou-se a época de pensar em enriquecer com a profissão (isso é tradição do passado, não é a rotina atual). Se a intenção for ganhar muito dinheiro, no Brasil, aconselho aos jovens a se tornarem jogadores de futebol, políticos, estrelas de televisão ou agentes do sistema bancário. Medicina é profissão conjunta à filosofia de vida.