Cabo Douglas Spósito
Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 05-09-2021 10:08 | 2689
O Cabo Bombeiro Militar Douglas Alexandre Spósito é um exemplo de profissional e cidadão. Sempre bem quisto, Douglas guarda boas recordações e amigos dos tempos em que atuou na Guarda Municipal. Falando em amigos, seus companheiros de farda o tratam carinhosamente por "professor Pardal", dado à sua disponibilidade em cooperar, consertar e fazer manutenções sempre que necessário. Prestes a completar 33 anos no próximo dia 9, homenageamos através do Cabo Douglas, todos os Bombeiros que, literalmente, dedicam suas vidas ao próximo com coragem, bravura e determinação.
Douglas, nos conte sobre suas origens. Como foi sua infância?
Sou nascido e criado em São Sebastião do Paraíso, filho do agricultor Alexandre Spósito Filho e da professora Maria Aparecida Amorim Spósito. Tenho uma irmã, a Fernanda. Desde muito pequeno ajudava meu pai no sítio. Sempre fomos companheiros um do outro, contribuindo para uma infância de muito aprendizado perante às dificuldades.
Antes de ingressar nos Bombeiros você fez parte da Guarda Municipal. Como foi essa experiência?
Me orgulho de ter feito parte da Guarda Municipal por três anos. Em 2006, quando entrei, era o mais novo, completei meus 18 anos durante o curso preparatório. Foi uma experiência muito boa para minha formação, onde também fiz muitos amigos.
Como surgiu o interesse em seguir carreira de bombeiro?
Desde criança queria seguir a carreira militar, inspirado pelo meu avô Alexandre Spósito, expedicionário da Segunda Guerra Mundial. Quando jovem tentei entrar para escola preparatória de cadetes do Exército, mas não foi possível. Durante o tempo que trabalhei na Guarda Municipal, pude observar de perto a atuação e trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros. Então me preparei e consegui ingressar na corporação.
Quais as principais atribuições de um bombeiro militar?
As principais atuações do Corpo de Bombeiros são em ocorrências de prevenção e combate a incêndios, desabamentos, afogamentos, explosões, acidentes, busca e salvamento, ações de defesa civil e demais eventos em que a vida humana, a natureza e o patrimônio estejam em perigo, além de estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe.
Nesta época de seca há muitas ocorrências de focos de incêndio. Como a população pode colaborar nesse sentido?
É de grande valia a colaboração da população deixando os terrenos limpos e carpidos, não colocando fogo e denunciando os incendiários. Além de ser crime ambiental, a fumaça é muito prejudicial a todos e essas ocorrências de incêndios principalmente em área rural demoram às vezes horas ou até mesmo dias para serem extintos, impedindo os bombeiros de atuarem em outras áreas, por exemplo em resgates e salvamentos.
“Bombeiro: o amigo certo nas horas incertas”. Sempre somos muito bem atendidos quando acionamos os Bombeiros. Ainda há muitos trotes? Em que situações devemos ligar para o 193?
Ainda tem alguns, mas o bombeiro que recebe as chamadas de emergência em nossa Sala de Operações, consegue triar e identificar rapidamente os trotes. Entretanto, nesse tempo gasto, poderíamos atender alguém que realmente esteja precisando. O acionamento do Corpo de Bombeiros é realizado nas situações que demandam urgência e emergência como em resgate, socorro e salvamento de pessoas, animais e bens. O objetivo é a proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.
Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, os Bombeiros lideram ranking de profissões mais confiáveis perante a população. Em sua opinião, a que se deve essa credibilidade e o que isso representa pra você e a corporação?
Na minha opinião, a atuação e missão dos bombeiros de enfrentar situações difíceis e colocar a própria vida em risco para preservar a vida de outra pessoa é um papel solidário reconhecido pela sociedade. Me sinto muito honrado e orgulhoso de fazer parte dessa instituição.
Qual o maior desafio que você vivenciou enquanto bombeiro? Alguma situação extrema o impactou?
Nesses 11 anos de profissão já tive vários livramentos, mas um eu nunca esqueci. Na época eu trabalhava na Companhia de Bombeiros na cidade de Passos. Em uma madrugada ocorreu um capotamento grave, em local de difícil acesso, às margens da rodovia MG-050 na região da Cascatinha. No local o carro estava com as rodas para cima, à beira de um precipício e em seu interior, um casal com um bebê. Mesmo o carro ancorado em um caminhão, balançava muito e estava escuro. Durante o resgate apesar de todas as precauções sabíamos que havia sério risco de queda do veículo. Com muito cuidado e esforço conseguimos resgatar todas as vítimas e encaminhá-las para o hospital. Aguardando a chegada do guincho pesado para retirada do veículo, o dia foi amanhecendo e vimos o lugar que estávamos e não acreditávamos como o carro não havia caído durante o resgate.
A pandemia trouxe alguma dificuldade ou adaptação para os bombeiros?
Como todas as profissões tivemos que nos adaptar. Seguimos rígidos protocolos de segurança e desinfecção, visto que estamos lidando diretamente com a população. E temos que tomar cuidado para não sermos contaminados e não contaminar ninguém.
Sua atitude proativa é muito elogiada por seus pares. O que o motiva a ir além de sua função, colaborando na manutenção e outras demandas? Sempre teve vocação para cooperar?
Agradeço os elogios de meus companheiros, porém tem outros militares que também colaboram para o bom funcionamento e bem-estar de todos na corporação. Acredito que o amor à profissão e os valores e ensinamentos passados pelos meus pais sejam os responsáveis.
As mulheres cada vez mais vêm ocupando postos e galgando posições antes restritas aos homens. Como vê essa conquista? Temos bombeiros mulheres em nosso batalhão? Há diferença entre as atribuições entre homens e mulheres?
As mulheres vêm ocupando um espaço merecido em diversas profissões, sobretudo na carreira militar. Admiro a força das mulheres e tudo que elas conseguiram até hoje e acredito que tenham muita luta pela frente. Em nossa corporação temos duas Bombeiros femininas, que desenvolvem muito bem suas atribuições e trabalho, sem diferenças.
Nos conte sobre a família que constituiu.
Deus me abençoou com a Ingrid Siqueira Marinelli, uma esposa maravilhosa, dedicada e que me apoia em todos meus sonhos e propósitos. Somos casados há nove anos e temos um filho abençoado de oito anos, o Douglas Alexandre Spósito Filho. Tenho muito orgulho deles! O maior bem que podemos ter é a família.
Sabendo da responsabilidade e dedicação que a função exige, o que costuma fazer nas horas de folga? Tem algum hobby?
Nas horas de folga aproveito ao máximo para ficar com minha família, brincar com meu filho e nossos cachorros. Me dedico também aos estudos e para aprimorar os conhecimentos em minha profissão. Gosto de praticar esportes como pedalar, fazer rapel e sempre que posso, faço trilha de motocicleta com meus amigos.
O que diria para uma criança ou jovem que sonha em seguir a carreira de Bombeiro Militar?
A carreira de Bombeiro Militar tem suas dificuldades como qualquer outra. Quando entramos em serviço não sabemos o que vai acontecer ou se iremos voltar para casa. Porém, sempre quando somos acionados, é para ajudar, socorrer ou salvar e a satisfação é enorme. Se for seu sonho e seu olho brilhar quando ver e escutar uma viatura dos bombeiros passando, se dedique e se prepare que será muito bem recebido no CBM MG (Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais)!