ALMG

Secretário Cícero Barbosa debate na ALMG metas do Plano de Educação

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Educação | 27-10-2021 01:01 | 839
Secretário Cicero Barbosa participou dos debates promovidos pela Assembleia Legislativa
Secretário Cicero Barbosa participou dos debates promovidos pela Assembleia Legislativa Foto: Daniel Protzner

Minas Gerais não vem cumprindo as metas previstas para melhorar a qualidade do ensino ofertado nas escolas públicas. O alerta foi feito por participantes do Debate Público Plano Estadual de Educação 2019-2021: avaliação do cumprimento das metas e o atual cenário da educação em Minas Gerais, realizado pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizado na sexta-feira, 22. 

O secretário municipal de Ciência, Tecnologia, Educação Profissional, Ensino Superior e Trabalho, Cícero Barbosa da Silva, foi um dos participantes e destacou ser um dos momentos de reflexão e debate sobre o cenário educacional brasileiro.

Cícero Barbosa da Silva representou a coordenação regional do Sul de Minas da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação. Ele acentuou que a falta de articulação entre os planos de educação nacional, estadual e municipal foi apontada como um problema grave pelo coordenador regional do Sul de Minas da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação.

Ele comentou sobre a importância do debate promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Foi um dia de debater políticas públicas de educação, sobre a efetividade do Plano Estadual de Educação de Minas Gerais em convergência com o PNE e Planos Municipais. Refletimos sobre o papel dos municípios na elaboração de políticas educacionais e também sobre as tecnologias educacionais e sua importância no cenário educacional brasileiro”, destacou.

Cícero avalia que a dificuldade para garantir a formação dos professores para lidar com as novas tecnologias e a desvalorização dos profissionais da educação também são entraves que precisam ser superados. A inclusão digital dos alunos no contexto de pandemia de Covid-19 é outra questão que precisa ser atacada. “Se a pessoa não tem sequer arroz e feijão em casa, como pagar uma conexão de internet para o seu filho estudar”, questionou.

 

Estagnação

Segundo a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação (Sind-UTE), Denise de Paula Romano, nas metas pactuadas no Plano Estadual de Educação (PEE), aprovado em 2018, houve estagnação nos indicadores e retrocessos em diversas estratégias. É o caso da oferta de educação em tempo integral, por exemplo.

A meta do PEE para 2028 é ter pelo menos 50% das escolas públicas oferecendo essa modalidade de ensino. Esse percentual chegou a 49,1% em 2017 e caiu para 37,1% em 2020.

Na avaliação de Denise Romano, a situação pode se agravar com a possível adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que determina o congelamento de gastos com educação por um período de nove anos. “As medidas do Governo do Estado vão no sentido contrário ao PEE. Esse plano foi construído a muitas mãos, para refletir as necessidades da população, mas vem sendo ignorado pela atual gestão estadual”, criticou a coordenadora do Sind-UTE.

No balanço do Plano Nacional de Educação apresentado pelo professor Carlos Augusto Abicalil, fica evidenciado o deficit na pré-escola em Minas Gerais. Segundo ele, 634 mil crianças com até 3 anos de idade não frequentam creches, enquanto outras 28 mil crianças de 4 a 5 anos não têm acesso à pré-escola.