Aos 48 anos o médico cardiologista Dr. Renato Silva Rossi é um profissional dedicado e muito bem quisto por seus pacientes. Natural de Uberaba, estabeleceu-se há 21 anos em São Sebastião do Paraíso, tendo recebido merecidamente, por sua atuação junto à comunidade, o título de Cidadão Honorário Paraisense. Com olhar humanista para a Medicina, empreende junto aos jovens em idade escolar, importante projeto de treinamento de socorro à parada cardiorrespiratória. Casado com a odontóloga Dalcineia Dias Rossi, é pai da jovem Letícia, que, guiada pelo exemplo paterno, também se dedica ao estudo da Medicina. Nesta entrevista Dr. Renato generosamente compartilha sua trajetória.
Dr. Renato, nos conte sobre suas origens.
Sou natural de Uberaba, filho de José Douglas Rossi e de Belina Marina Silva Rossi. Tenho dois irmãos, o Ronaldo, que também é médico e a Beatriz, farmacêutica e professora universitária. Passei a minha infância no interior do estado de São Paulo em uma pequena cidade chamada Flórida Paulista, na região de Presidente Prudente, lugar em que morei até os meus 18 anos quando então fui para a faculdade.
Como foi sua vida escolar? Sempre quis ser médico?
Minha vida escolar foi em grande parte na escola pública, somente os dois últimos anos do Ensino Médio cursei na rede particular. Como não havia escola particular na cidade em que morava, tinha que viajar diariamente para uma cidade vizinha. Sempre quis fazer Medicina e o que mais me motivou foi o fato de poder ajudar as pessoas.
Onde cursou a universidade e como foi a escolha da sua especialização?
Fiz Medicina no Rio de Janeiro, na UNIG, iniciando o curso em 1991 e concluindo em 1997. A escolha pela Cardiologia se consolidou a partir do terceiro ano de faculdade me espelhando nos professores da área. Após a formação vim para Ribeirão Preto, onde fiz a especialização em cardiologia no Hospital do Coração.
A medicina evolui constantemente e atualmente presenciamos grandes transformações principalmente na questão tecnológica, diagnósticos e tratamentos. Como avalia essas mudanças, em especial a telemedicina tão propagada em meio à pandemia?
Certamente a medicina tem evoluído muito nos últimos anos, com o surgimento de novos tratamentos, cirurgias e uso da inteligência artificial. Na pandemia, em decorrência da própria dificuldade de locomoção, ocorreu a regulamentação da Telemedicina, trazendo uma facilidade no atendimento aos pacientes e levando médicos a lugares remotos.
Ainda em relação à pandemia de covid-19, qual a maior dificuldade que enfrentou nesse período?
Na pandemia acredito que a maior dificuldade tenha sido em decorrência do fato de ser uma doença nova, com evolução incerta e sem tratamento totalmente definido. Mesmo não trabalhando na linha de frente, necessitei de mudanças na rotina do dia a dia.
Qual o maior desafio da Medicina?
A medicina evoluiu muito nos últimos anos e seu maior desafio é disponibilizar a tecnologia e inovação para alcançar toda a população mundial.
Estudos científicos apontam que a “máquina humana” foi projetada para durar até 130 anos, mas nenhum ser humano atingiu essa idade oficialmente. Que dicas poderia compartilhar para uma vida longeva e saudável?
As dicas para se ter uma vida longa e saudável são: ter bons hábitos de vida, praticando atividade física regular; alimentação saudável, evitando os vícios (tabagismo e álcool) e a realização de exames médicos de rotina.
Qual sua posição sobre a doação de órgãos? Há muita desin-formação? O sistema público está preparado para atender a um maior número de pacientes neste sentido?
Sim, sou a favor da doação de órgãos. Acho necessário promover mais discussão sobre o tema dentro das famílias e com toda a população. A doação de órgãos salva vidas e o sistema público de saúde está sim, preparado para atender esta demanda. O que falta são órgãos para serem transplantados.
Um projeto de grande alcance social é o que o senhor desenvolve junto aos alunos em idade escolar sobre treinamento à parada cardiorrespiratória. Explique melhor sobre o referido projeto e como é tomar parte dessa iniciativa?
Este é um projeto original da Sociedade de Cardiologia de São Paulo em que treinam-se crianças em idade escolar a reconhecer um indivíduo em parada cardior-respiratória e posteriormente iniciar ações como chamar ajuda, ligar para os Bombeiros ou SAMU e iniciar compressões torácicas. O treinamento é feito com bonecos confeccionados com camisetas cheias de isopor ou papel e com uma garrafa pet no centro. Há dois anos treinamos na cidade praticamente todas as crianças do oitavo ano.
A ciência e a fé podem caminhar juntas? Como vê a questão da espiritualidade no fortalecimento da relação médico/paciente?
Certamente a ciência e a fé caminham juntas. O tema espiritualidade é cada vez mais discutido no meio médico e dentro da própria Sociedade de Cardiologia existe um departamento de Espiritualidade no qual verifica-se o quão importante ela é.
Há tantos anos em nossa cidade, como recebeu a indicação ao título de Cidadão Honorário Paraisense?
Estou em São Sebastião do Paraiso há 21 anos. Com o Título de Cidadão Honorário, tenho muito a agradecer o acolhimento que tive na cidade.
O que gosta de fazer nas horas de folga?
Nas horas de folga gosto de ficar com a família, assistir um bom filme e praticar a leitura.
Tem algum ídolo?
Maior ídolo Deus, uma gratidão enorme pelos meus pais que contribuíram com a minha formação e um respeito muito grande a todos que trabalham para termos um mundo melhor.
Dr. Renato, qual o balanço que o senhor faz de sua trajetória até aqui?
Muito trabalho! Mas feliz consegui construir uma família, com minha filha na faculdade, consegui também um espaço no meio profissional. E vislumbro projetos sociais futuros para melhorar a sociedade.