NATAL

Então, é Natal

Por: Redação | Categoria: Entretenimento | 05-12-2021 00:44 | 3498
Foto: Reprodução

O ano de 2021 veio cheio de expectativas: seria o ano da retomada ou seria mais um ano de apreensão? Entre altos e baixos, alegrias e tristezas, comemorações e frustrações, riscos e oportunidades, 2021 vai se encerrando.

Nós, enquanto consumidores, estamos mais atentos, informados e menos suscetíveis às compras por impulso. Aprendemos nos dois últimos anos a refletir sobre as necessidades e desejos de compra, nos importamos mais em “ser” do que em “ter” e falamos em sustentabilidade, consumo consciente e estilo de vida minimalista.

Já escrevi em outras oportunidades sobre a “era da experiência” e quanto as marcas precisam se tornar mais interessantes para o ecossistema, não apenas para seus clientes, mas sim para todos que, de alguma forma, são impactados por ela. É possível a marca ter fãs, mesmo sem a efetivação de uma relação comercial. O que antes era intrínseco para as grandes marcas, se torna possível para o mercado de maneira geral: as marcas precisam oferecer o “não óbvio”, inspirar.

Em um cenário de retomada econômica, oportunidades e desafios aparecem a todo momento e, para nós empreendedores, um dos maiores desafios é o de ressignificar nossos produtos, serviços, soluções e marcas para um público que busca conexões através das experiências.

O momento inspira reflexão. É hora de avaliar qual a relevância da sua oferta, e como está a relação do seu público com sua marca, diante de tantas mudanças. É importante dizer que você vai continuar vendendo, porém a motivação pela compra e a relação de consumo já são diferentes.

Agora no final do ano, 83 milhões de brasileiros recebem seu 13º salário, que representa uma injeção de aproximadamente R$ 232 bilhões na economia, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Sabemos que boa parte deste montante será gasta com compras de final de ano, presentes, viagens de férias, entre outros itens que fogem da rotina cotidiana dos trabalhadores, aposentados e pensionistas elegíveis ao benefício.

São consumidores com dinheiro na mão e que buscam, através de suas compras, vivenciar experiências sustentadas pela emoção e interação: quanto mais sensorial e customizada for a conexão entre sua marca e o cliente, maior o valor percebido.

O mercado do turismo representou, em 2019, aproximadamente 10% do PIB global, quase US$ 9 trilhões e, de acordo com uma pesquisa da McKinsey & Company, devemos retomar este patamar até 2024. Já uma outra pesquisa global, Passenger Confidence Tracker, da Inmarsat, revela que, oito em cada 10 passageiros aéreos repensaram seus hábitos de viagem, planejando viajar com menos frequência. Entre os mais ansiosos, 26% dos britânicos e húngaros entrevistados disseram que “embarcariam num voo hoje”.

No Brasil, o cenário é de otimismo. A IPC Maps, que avalia o potencial de consumo dos brasileiros, indica que o turismo deve movimentar algo em torno de R$ 60,6 bilhões até o final deste ano, valor expressivamente maior que o alcançado em 2020, que foi de R$ 53 bilhões. Ainda de acordo com os especialistas da IPC Maps, se o consumo se mantiver em franca recuperação o mercado do turismo tende a acompanhar este movimento.

Como vimos, existe esperança e motivos para acreditarmos em um final de ano com bons negócios, mas com desafios inerentes às mudanças no comportamento dos consumidores e aos ajustes do mercado. Sai na frente quem usar a criatividade e tecnologia para construir conexões genuínas com seu público.

Jean Dunkl

@jeandunkl

CEO da CPD Consultoria e da Espacio de Color, mentor em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera e voluntário da Singularity University