ELA por ELA

Fernanda Melo

Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 12-12-2021 07:52 | 1667
Foto: Acervo pessoal

A jovem paraisense Fernanda Caroline Teodoro de Melo, ou simplesmente Fernanda Melo, já acumula experiência profissional bastante diversificada, tendo transitado por diferentes mídias. Jornalista ávida por conhecimento, busca extrair preciosas lições das oportunidades que a vida lhe apresenta. Nesta entrevista Fernanda compartilha sua trajetória e também emite sua opinião sobre os desafios apresentados pelas constantes transformações das comunicações e do mundo de modo geral.

Quem é a Fernanda Melo?
Poxa vida, estar na condição de entrevistada é difícil, hein? (risos) Eu me vejo como uma pessoa sonhadora, parece clichê, mas não.. Fui criada com meus avós maternos e minha mãe. Tive uma infância extremamente feliz, uma base familiar incrível. Aprendi desde muito pequena que o amor transforma tudo ao redor. O amor dos meus avós Maria Sebastiana e José Elias, inspira até hoje quem teve a chance de conviver com eles. Só sei ser grata por tudo que me proporcionaram juntamente com minha amada mãe Valdete, desde educação, estudos, amor e parceria.

Como foi sua vida escolar e acadêmica?
Estudei na Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori (Ditão). Sempre fui ativa em apresentações, festivais e teatros. Todo corpo docente teve influência positiva direta e indiretamente na minha formação pessoal. Após o vestibular fui cursar Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, em Franca-SP. Quatro anos marcantes e especiais, viveria tudo de novo! Hoje me dedico à pós-graduação em Marketing Político, que também é uma paixão.

O que a motivou a escolher o Jornalismo?
Uma série de fatores contribuiu para a escolha dessa profissão. Apesar de sempre ter sido comunicativa, esse não foi o motivo principal. Eu amava ouvir as histórias de vida dos meus avós, os famosos “causos” me deixavam atentíssima e logo eu ia correndo contar para os coleguinhas. O amor por ouvir e (re)contar fatos me levou para essa decisão tão certa.

Como foi sua trajetória profissional até aqui?
Minha primeira oportunidade de contato com a comunicação foi na Paraíso FM, tenho eterna gratidão pelo Alexandre Burke, Silvano Zague e toda equipe. Posterior a isso tive passagens pela Apar FM, Rádio da Família, TV Sudoeste e Líder TV. Passei pelo SEMPRE - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e agora estou na Massa FM, e agradeço toda sua equipe também.

Você gosta de transitar por diversos meios de comunicação, certo? Vamos começar falando sobre a radiodifusão. O rádio surgiu no Brasil há quase 100 anos e passou por grandes transformações. Como vê a importância desse veículo atualmente?
Sim! Eu tive a honra de encontrar grandes pessoas durante o meu percurso em busca desse sonho e passei por diversos veículos de comunicação de Paraíso. O rádio é gigante! Segundo Washington Olivetto, um dos maiores publicitários do Brasil, o rádio é o outdoor que anda, tem sempre alguém ouvindo no carro, no fone... Mesmo com o avanço da tecnologia o rádio continua se reinventando a cada dia e páreo a páreo com qualquer outro meio de informação. É uma felicidade imensa poder viver essas transformações.

Você também já atuou em televisão. Como vê a transformação da TV?
Atuei em TV por bastante tempo. Somou muito na carreira que estou construindo, mas no momento não estou em nenhum projeto televisivo. Essa experiência me ajudou com muitos contatos e fontes. Sobre a transformação, está aí outro veículo grandioso e que vem se adaptando à era dos streamings.

E sobre o podcast Mentes em Pauta? Do que se trata o projeto e como é tomar parte?
O Mentes em Pauta é um projeto do meu amigo e incentivador, o psicólogo Clésio Pimenta. Quando ele me apresentou a ideia abracei sem pensar duas vezes. O podcast é um dos pioneiros de São Sebastião do Paraíso e traz uma proposta de ouvir histórias inspiradoras e assim, implantar a ideia de que nós somos a mudança que queremos no mundo. Participei dos primeiros episódios na roda de conversa, entretanto, agora ele é comandado apenas pelo Clésio e o vereador Vinício Scarano, e eu atuo somente nos bastidores, ajudando nos roteiros.

E como foi a experiência de atuar como assessora de comunicação do SEMPRE – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais?
O SEMPRE foi uma grande experiência profissional.  Sou muito grata ao Rildo Domingos, Rejane Tenório e toda equipe por terem me aberto as portas.

O que gosta de ler? Recomenda algum autor?
Eu gosto de ler sobre tudo. Estou em uma fase espiritualista, então tenho dedicado minha leitura a essa temática. Um livro que me marcou muito se chama: “As coisas que você só vê quando desacelera” – aproveito e já deixo a indicação do autor da obra, Haemin Sunim.

O mundo digital cada vez mais ocupa espaço em nossas vidas. Em sua opinião qual o lado positivo e o negativo disso?
O lado positivo é que o digital possibilita que quem está longe se torne presente em muitos momentos, a pandemia da covid-19 mostrou bem isso. E o lado negativo, a meu ver, é que fica mais difícil otimizar o tempo e cumprir tarefas se ficarmos muito focados com o digital (redes sociais), isso acaba prejudicando em muitas situações.

Você escreveu um artigo intitulado “Somos todos ciborgues”. Nos conte melhor sobre esta visão.
O artigo foi publicado no Agenda Sette, site da minha faculdade que publica diversos trabalhos dos alunos de comunicação. Neste artigo retratei sobre as tecnologias que nos favorecem hoje e nos aproximam de organismos cibernéticos.

Acha que um dia nos tornaremos robôs?
Em algum momento você irá se questionar: será que seremos substituídos por robôs ou nos tornaremos robôs? Eu não acredito nisso. Contaremos cada dia mais com a evolução da tecnologia, é fato. Isso me recorda um trecho de uma entrevista que li certa vez: ‘’a criatividade, a empatia, a capacidade de sonhar, de estender o nosso ser e abarcar o outro, o “toque humano” que nos move, é o que também nos mantém seguros diante de tantas novidades no mundo digital.  Por trás dos algoritmos e softwares complexos, estarão os seres humanos - ou os super-humanos.’’

Um assunto cada vez mais em pauta são as fake news. Qual sua opinião sobre isso?
Com a polarização e acesso facilitado aos meios de comunicação, se faz cada vez mais necessário a apuração de notícias para que fake news não sejam compartilhadas. É fundamental dialogar e mostrar a importância de não se ler só a manchete de uma notícia e nem acompanhar um único veículo de comunicação. São essas “pequenas” atitudes que vão fazendo a diferença, e claro, valorizar os jornalistas profissionais, pois já é comprovado que a disseminação do jornalismo profissional reduz a influência de fake news.

Outro assunto delicado e atual é sobre a regulação da mídia. O que pensa sobre este tema?
Sobre a regulação da mídia, eu vejo com bons olhos desde que não interfira no conteúdo. Se bem que existem muitos jornalistas que abusam nos conteúdos sensacionalistas. É um debate delicado, pois envolve um projeto grande para ser potencializado e também os grandes veículos de comunicação que não concordam com a regulação por motivos óbvios, né?

O que diria para uma criança ou jovem que sonha em seguir a carreira de jornalista?
Persista! O jornalismo é uma profissão maravilhosa, muito além de câmeras e microfones. O jornalismo precisa exercer um papel social, de dar voz a quem não tem ou está silenciado. Isso é fascinante!

Do que se trata o UMU – O jogo da mente?
O meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi sobre Depressão na Mulher na faixa etária de 15 a 29 anos. Nesse período, fiquei muito interessada pela área de pesquisas. Produzi um vídeo-documentário intitulado CAMÉLIAS, pois a camélia é uma flor que exige muito cuidado e atenção para que ela viva linda e exuberante, dessa forma, associei o cuidado da mulher com depressão ao cuidado de uma camélia. Está disponível no Youtube. Também parte do TCC, elaborei uma agência experimental chamada Lumus Comunicação, e foi através dessa agência que divulgamos o documentário e também criamos um mídia kit, no qual foi criado um jogo chamado UMU - O jogo da mente. UMU em bósnio significa mente, e a depressão é uma doença que afeta a saúde mental. Esse jogo foi finalista no INTERCOM, um dos grandes congressos de cientistas da comunicação no Brasil.

 

Ainda sobre o universo feminino, a cada dia vocês conquistam, merecidamente, espaços antes majoritariamente masculinos. Na política e também no jornalismo é recorrente a questão do assédio. Qual a melhor forma de combatê-lo?
Na minha opinião, a melhor forma de combater o assédio é mostrando que não há nada que cale a voz da mulher, o empoderamento é muito importante por isso. A mulher precisa provar todos os dias que é capaz e o assédio vem de muitas vozes silenciadas por medo, pelo sistema, pela falta de apoio e afins. Mas hoje, felizmente, o cenário mudou. A mulher sabe onde buscar auxílio, onde quer chegar, os direitos que tem e que consegue.

Atualmente você atua na Rádio Massa FM. Como está sendo esta experiência?
Entrei na faculdade vidrada em rádio e nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que trabalharia em uma rede nacional tão importante como a rede Massa FM. São mais de 60 rádios Massa por todo Brasil e fazer parte dessa empreitada é imensamente gratificante. A emissora me proporciona trabalhar com grandes nomes do rádio e, além disso, um contato muito próximo com o jornalismo, afinal, faço parte do time do Microfone Aberto, escrevo para o Notícias da Massa e arrisco até no comercial. Venho aprendendo cada dia mais sobre esse universo genial da comunicação.

Fernanda, onde você pretende chegar pessoal e profissionalmente?
Eu desejo fazer a diferença com a minha profissão. Seja reportando histórias, levando informação ou criando projetos. Eu amo Paraíso e confio no seu desenvolvimento, quero crescer aqui e creio que grandes oportunidades virão.