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O seu 2022 será com ou sem paraquedas?

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 29-12-2021 02:01 | 792
Foto: Reprodução

Que empreender não é para qualquer um, nós já sabemos. Uma das principais características dos empreendedores e um dos requisitos mínimos necessários é a predisposição a correr riscos. Mas diferente do que se pensa, correr riscos não significa avançar sem avaliar onde estamos entrando. Desde o lançamento de um produto à criação de um negócio os riscos devem ser medidos e, apenas após uma boa avaliação de como mitigar seus impactos, é que damos o próximo passo.

Ainda é grande a quantidade de aventureiros, que lançam mão de novos negócios sem ao menos fazer uma pesquisa de mercado: é como saltar de paraquedas e não conferir o equipamento antes do salto. Pode dar certo ou pode dar muito errado.

O planejamento estratégico é uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento das empresas e, entre suas funções, estão: mapear mercado, público e concorrentes, definir objetivos, traçar direcionamento, elencar as ações práticas e o plano de ações, que é um passo a passo para suas implantações.

Costumamos dizer que o primeiro passo é entender onde a empresa está (ponto de partida) e qual a expectativa dos empreendedores sobre o futuro (onde querem chegar) em médio e longo prazo. As entregas em curto prazo devem ser garantidas, as de médio balizam a efetividade das ações e garantem que os objetivos de longo prazo sejam alcançados.

É importante ainda aliar a expectativa dos empresários à uma visão de futuro do mercado, tendo em vista a velocidade das inovações implantadas ano a ano. Três perguntas podem ajudar bastante nesta fase do planejamento: “o que deve ser feito?”, “por que deve ser feito?” e “como será feito?”.

Começar com um diagnóstico pode ser um bom passo. Através dele, vamos entender a empresa, o mercado, os concorrentes diretos e indiretos e o comportamento dos consumidores, além de outros pontos importantes. Não é hora de “achismo”, precisamos de dados estruturados que possam gerar informações sólidas.

Uma ferramenta muito utilizada nesta fase do planejamento estratégico é a matriz SWOT, ou abrasileirando, a matriz FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Com ela é possível mapearmos os pontos fortes e fracos da empresa, bem como as oportunidades e ameaças impostas pelo ambiente externo, o mercado. O diagnóstico nos permite uma vista panorâmica da empresa e, para que seja realizado com eficiência, é importante o envolvimento da alta administração da companhia.

Questões como diferencial competitivo, qualidade dos produtos e serviços, índice de satisfação dos clientes e capilaridade logística devem ser abordadas quando falamos do ambiente interno. Já no ambiente externo, onde estão as oportunidades e ameaças, precisamos tratar de pontos como obsolescência, posicionamento dos concorrentes, alterações na legislação vigente e disponibilidade de matéria-prima.

Claro que estes são alguns exemplos e que cada empresa tem suas peculiaridades.

Uma vez realizado o diagnóstico é hora de definir quais os objetivos e metas para o período planejado: esta será a linha de chegada para todos os envolvidos na operação. É importante lembrar que, não apenas os objetivos financeiros ou quantitativos devem ser pensados, mas também os qualitativos. De maneira geral, podem estar atrelados ao aumento da carteira de clientes, ao índice de satisfação de clientes, à homologação de novos fornecedores ou ao desenvolvimento de novos produtos, e sempre precisam ser claros no que tange ao prazo e ganho numérico, como por exemplo: aumentar em 10% a carteira de clientes nos próximos 12 meses.

Não basta agir, temos que monitorar as ações para garantir que o caminho percorrido leve aos objetivos traçados, e a participação efetiva de cada setor para seu alcance é mais um fator de sucesso: toda a empresa é responsável por atingir os resultados esperados. Daí a importância de que todos, sem exceção, conheçam seus papéis e desempenhem bem suas funções.

Outro objetivo relevante do planejamento estratégico é desenvolver as personas para sua operação. Mas o que são essas personas?

São personagens criados para te ajudar a compreender melhor cada possível perfil de cliente que possa se interessar por suas soluções. É um avatar que traz com detalhes a pessoa ideal para comprar seu produto ou serviço, com nome, idade, profissão e os seus principais hábitos e comportamentos. Saber quem é seu público vai otimizar os custos de divulgação de sua empresa e ajustar seu processo de comunicação.

Uma dica que pode facilitar neste processo é você criar uma história, se baseando nos clientes mais frequentes de sua empresa e como eles se comportam, pensando nos hábitos diários, profissionais e pessoais. Pesquise sobre suas dores e entenda suas necessidades. Novamente trago uma pergunta-chave: “quais os principais desafios que esta persona enfrenta para desenvolver suas tarefas?”.

Não existe um padrão para a quantidade de personas, o importante é que elas abranjam todo o seu público.

Muito presente na fase do planejamento, a pesquisa ou estudo de mercado, tem como objetivo a coleta de dados para que empresários conheçam comportamentos e tendências de seus consumidores ou de um determinado nicho do mercado. Seja no lançamento de um novo produto, uma campanha de marketing ou para desenvolver qualquer mudança ou desenvolvimento em sua estratégia, é importante fazer uma análise do mercado para obter informações que possam contribuir em suas tomadas de decisão.

E, se você pensa que desenvolver planejamento estratégico é apenas para as grandes empresas, você está equivocado. Todos os negócios, independentemente de tamanho, tempo de existência, seja físico ou digital, podem e devem realizar antes de tomar decisões estratégicas.

Jean Dunkl

@jeandunkl

CEO da CPD Consultoria e da Espacio de Color, mentor em Gestão Estratégica de Negócios, gestor da Impera e voluntário da Singularity University