O carnaval tinha acabado. Maria ainda guardava no armário a fantasia de rainha. Além da fantasia de princesa, duquesa, Maria também fantasiava o amor. Como se maquiasse para parecer mais bonito do que realmente era.
Alguns amigos falaram para Maria prestar atenção. Diziam que o seu paquera não era lá grande coisa. Maria era insistente. Adorava uma fantasia de carnaval e um amor fantasioso.
Contudo, a realidade não era tão linda como uma poesia romântica. Maria precisava de um tempo para aceitar a realidade como era de verdade.
A moça era bonita, estudada, não lhe faltava capacidade intelectual para compreender. Era uma questão afetiva. Talvez por carência, medo, insegurança ou uma outra coisa qualquer.
Precisava perceber a importância da sua força. Acreditar na sua capacidade de poder ser feliz sozinha. Viver a própria companhia. Leva-se um tempo para entender tudo isso.
Ivan Maldi