Ivan Maldi*
Ao longo da vida, nós precisamos criar coragem para mergulhar no oceano da própria existência. Sempre há um cantinho para ser conhecido.
Devemos lembrar que somos feitos de partes boas e ruins. A aceitação é o caminho para a felicidade.
Compreender que não somos perfeitos, que não conseguimos tudo, é muito válido. Aceitar-se vai além da fachada do sorriso.
É quando estamos sozinhos e olhamos para o espelho da própria alma sem roupas que escondem os nossos medos. Quando aceitamos a vida como ela é, tudo fica mais fácil e bem mais leve. Não nos importamos com o que o outro vai dizer. A opinião alheia fica tão insignificante.
Liberdade é quando aceitamos nós mesmos como somos de verdade e não ficamos arrumando mentiras para nos escondermos com uma fachada.
Enfrentar os nossos medos e tristezas não é fácil. Seria mais fácil uma maquiagem e um sorriso no rosto. É que somos humanos tão imperfeitos e cheios de dores.
Também não podemos esquecer da primavera das flores. Há espinhos também. Felicidade é aceitar o passado sem receio, para não precisar voltar lá toda hora, para tentar arrumar o que não ficou bem resolvido.
É preciso deixar a mala passada do passado para trás. Grandes pesos desnecessários causam muita dor.
Com o tempo, aprendemos que o somos agora é a soma-tória de erros e acertos. O erro é fundamental para aprendemos e, principalmente, para valorizamos os nossos acertos.
Tivemos erros maravilhosos. A costureira fez com um novo vestido ao errar o corte. Maria viu uma flor ao errar o caminho. João se apaixonou ao errar o endereço da sua paquera.
Devemos aprender a valorizar os nossos erros. São grandes acertos. Quantas vezes temos uma escrita mais leve ao passarmos por um grande erro.
Não queremos errar sempre e nem devemos, mas não é bom martirizar um erro que nos ensina.
Por fim, a vida é uma longa jornada, nós precisamos nos amar mais. Entender que não tem um livro que ensina como dar abraços. Amar é praticar. Ninguém dá o que nunca recebeu.
*Ivan Maldi é psicólogo efetivo no município de Pratápolis, especialista em psicanálise, pós-graduado pela Universidade Federal do Maranhão, membro efetivo da Academia Paraisense de Cultura.