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Flávia Vieira de Oliveira

Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 10-04-2022 08:43 | 1474
Flávia Vieira de Oliveira
Flávia Vieira de Oliveira Foto: Acervo pessoal

Aos 39 anos Flávia Vieira de Oliveira é uma profissional competente e dedicada. A farmacêutica bioquimíca seguiu os passos dos pais, José Tárcio Vieira e Maria Aparecida de Oliveira Vieira, fundadores dos laboratórios Hormosul e, ao lado da irmã Clarissa, também farmacêutica, conduz com muita capacidade a empresa familiar. Também irmã do músico e publicitário Marlon Vieira - o Lô Vieira e esposa de Alex Pimenta Montans, Flávia compartilha parte de sua trajetória e explana com muita clareza e segurança sobre a importância dos exames laboratoriais, das vacinas, como os bons hábitos podem contribuir para uma saúde plena e ainda sua visão sobre o amor e a humanidade.

Flávia, na sua infância já se interessava pelas ciências? Pensava em ser farmacêutica ou sonhava com outra profissão? 
Sou natural de Capetinga e minha primeira opção não foi a Farmácia. Fazia Engenharia Eletrônica quando resolvi trocar de curso para Farmácia Bioquímica e deu certo, graças a Deus! Continuando o legado de meu pai junto à minha irmã Clarissa.

Onde se formou e qual área mais apreciava? Teve alguém que a influenciou ou inspirou na escolha do curso?
Me formei pela Unifeb – Fundação Educacional de Barretos. Sempre gostei da área de exatas e devido a gostar de “números” meu pai me influenciou a fazer Farmácia. Ele dizia que dentro do laboratório se faz conta o tempo todo e de fato, trabalhamos muito com os números.

Quando surgiu o laboratório Hormosul?
O Laboratório Hormosul surgiu há 40 anos na cidade de Capetinga. E em Paraíso já são 20 anos de atividades. Era um sonho do meu pai, José Tárcio Vieira, que se formou em Belo Horizonte pela Universidade Federal de Minas Gerais. Desde pequeno ele pegava a injeção de limpar fogão de minha avó, enchia de “anil” e aplicava nos macaquinhos, galinhas... Ali minha avó viu que surgiria um profissional de altíssima qualidade!

O que o laboratório oferece atualmente?
Hoje o laboratório oferece um serviço de qualidade comprovada, com 100% de eficiência pelo controle de qualidade da PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade. Exercemos todos os serviços que um laboratório oferece. Fazemos todos os testes, Papanicolau, sexagem fetal, DNA, bioquímica, hemograma, imunologia... Inclusive fomos os pioneiros na cidade a comprar a máquina para realizar o exame de covid. Trabalhamos com dois dos melhores laboratórios de apoio da região que são o Hermes Pardini e DB - Diagnósticos do Brasil, onde terceirizamos os exames que não são feitos dentro do laboratório. Temos máquinas de altíssima qualidade, por exemplo um Selectra XL, onde se executa bioquímica, um Penta 60 da ABX para leitura de hemograma, que posteriormente é confirmado em leitura de lâmina no microscópio. Todos nossos microscópios são da Nikon. Nosso coagulograma é automatizado. Temos um BFT II – clotimer e fibrintimer, que emite luz infravermelha. Enfim, são diferenciais em todo o processo que garantem o resultado com precisão.

Como é trabalhar em família?
Para mim trabalhar em família sempre foi um prazer. Tive o privilégio de trabalhar com meus pais, ambos me ensinaram muito! Jamais saberia e teria metade do meu conhecimento se não fosse através deles. E trabalhar com minha irmã é um benefício que talvez poucos têm na vida. Uma pessoa com uma inteligência que admiro muito, estuda demais até hoje. Ela e meus pais são iguais nesse aspecto, não param de estudar, evoluir e me “passar” seus conhecimentos (risos). Com certeza são os três alicerces que fizeram este laboratório existir.

Qual exame mais complexo de ser realizado?
Um dos exames mais complexos e executados com muita precisão são nossos hemo-gramas com leitura no microscópio. A Drª Clarissa que os realiza. Neles, ela identifica leucemias, anemias complexas, entre outras doenças. Temos dois hematologistas dentro do laboratório, a Drª Clarissa e o Dr. José Tárcio, nosso pai.

Na sua opinião as pessoas deveriam realizar exames frequentemente?
Sim, acho que se as pessoas fizessem exames com mais frequência poderíamos evitar que várias doenças silenciosas, que só manifestam sinais tardiamente, pudessem ser identificadas no início, e assim, aumentasse a probabilidade de cura. Por exemplo, um exame simples de sangue de PSA pode indicar um câncer de próstata. Se feito e identificado logo no começo, o paciente tem um alto índice de cura.

Vocês também são credenciados para realizar o teste covid. Quais os maiores desafios que a pandemia de covid-19 impôs? A procura pelo teste foi grande? Como está atualmente?
No início da pandemia foi muito complicado. Não tínhamos certeza e nem garantia de nada, tudo parou. Após cerca de seis meses começou a clarear o cenário, os testes foram chegando ao Brasil e começamos a realizar todos os testes que apareciam; de sangue e secreção, nasofaringe. Foi um desafio muito grande decidir fazer ou não esses testes. Decidindo fazê-los, ficamos afastados de nossas famílias, amigos. Para cada profissional que testava positivo, um susto por não saber se nos próximos 15 dias estaria tudo bem... A procura foi muito grande, muito além do esperado. Realizamos os melhores testes, de alta qualidade, fizemos o melhor. Todos nós que trabalhamos no Hormosul ficamos bem, graças a Deus e honrados de termos trabalhado muito bem nessa pandemia. Infelizmente é um vírus que ninguém sabe em quem vai ser fatal ou não. Por isso agradeço a Deus, por todos nós que trabalhamos com esses exames, atuando na linha de frente, estarmos bem.

Quimicamente falando, o que um vírus como o do covid causa no organismo?
Cada pessoa que testou positivo teve uma reação: dor de garganta, febre, dor nas articulações, no corpo, dor forte nos olhos, perda de olfato e paladar. Temos casos de pacientes que, dois anos após testarem positivo, ainda não recuperaram olfato e paladar, não sentem gosto nem cheiro de nada! Uma doença que temos que caminhar muito, estudar e observar cada aspecto diferente que ela apresenta. Por isso a importância dos testes e do diagnóstico. Feitos a tempo eles salvam vidas. 

Você mencionou a importância dos testes, exames laboratoriais e diagnóstico precoce. E quanto às vacinas? Hoje há muita desinformação a respeito delas. Elas são realmente imprescindíveis? Como elas agem no organismo?
As vacinas são muito importantes para prevenção de doenças, uma vez que por meio delas o organismo consegue reconhecer e se proteger de microrganismos que podem causar sérios danos à nossa saúde. É imprescindível para combate e prevenção de doenças. As vacinas agem apresentando o antígeno ao sistema imune, de forma que o mesmo reconheça e combata o patógeno quando ele entra no nosso sangue.

Qual a parte mais desafiadora de sua profissão?
Hoje a parte mais desafiadora de um profissional de laboratório talvez seja fazer o paciente entender que testes realizados fora de um laboratório não são resultados de exame e sim triagem, que te levam a confirmar ou não esse teste em um laboratório.

Flávia, adentrando um pouco em sua vida pessoal, o que gosta de fazer nas horas livres? Tem algum hobby?
Nas minhas horas livres gosto de dormir, ficar com meu afilhado pelo qual tenho verdadeiro amor em fazer qualquer coisa, andar de bicicleta com meu marido, que fez com que eu descobrisse prazer na atividade! Adoro participar dos grupos de oração com minha mestre de reiki, Francisca Zanin. E ficar com meus cachorros, cada um deitado num pé. Descobri um prazer muito agradável em “adestrar” meus cães! (risos)

O que diria para uma criança ou jovem que sonha em seguir a carreira de farmacêutico bioquímico?
O curso de Farmácia te abre um leque de opções. Você pode ser farmacêutico, atuar em uma farmácia ou em laboratório, em indústrias, pode realizar infinitas funções.

Flávia, qual seu maior sonho?
Meu sonho é ver o mundo melhor. As pessoas estão muito ruins, egoístas, quase ninguém pensa no próximo, enxergam apenas seus umbigos refletidos no espelho. Tomam decisões baseadas apenas no seu bem maior ou nos “seus”. Se as pessoas olhassem com mais amor para todos, talvez não teríamos uma pandemia... Sinceramente, acho um absurdo quando as pessoas dizem: “você só saberá o que é amor de verdade quando tiver um filho”. Eu digo: nossa, então o que sentimos pelos nossos pais, nossos irmãos, nosso cônjuge, parceiro ou parceira, nossos amigos de verdade? Se não for amor eu não sei o que é! Eu sinto amor por várias pessoas pelas quais daria parte de mim, para que elas continuassem comigo até eu estar ao lado de Deus. Como explicar o maior amor do mundo, quando Jesus, que não teve filhos, entrega sua vida para salvar o mundo? Se isso não for amor, o que seria?  Acho que as pessoas confundem esse “amor” por qualquer necessidade que cada um tem e é preenchido... Isso também é bonito, mas não significa que não podemos amar de verdade tudo à nossa volta.