A agricultura do presente e do futuro pede a volta das origens do que a natureza precisa para se ter um ambiente saudável no quesito químico, físico e biológico. São os sistemas produtivos imitando os sistemas e as dinâmicas das florestas.
A agricultura para ser produtiva e sustentável, o ambiente precisa estar vivo e em equilíbrio. Ambientes degradados, produzem pouco, são mais susceptíveis ao ataque de pragas e doenças e custam mais caro para o bolso do produtor. Você produtor já parou para olhar como estão suas lavouras? Quais manejos tem adotado para manter o ambiente vivo, produtivo e sustentável, ambientalmente e economicamente.
Muitas vezes por desconhecer os benefícios, a aplicabilidade e os custos do manejo sustentável, o produtor deixa de usar estas alternativas que além de melhorarem os sistemas de produção, melhoram e muito os custos de produção. O manejo integrado, com o uso de insumos que promovem a sustentabilidade dos sistemas produtivos chega a custar 40% menos que manejo convencional, que contempla o uso de adubos químicos e defensivos agrícolas.
E quais seriam estes insumos que promovem sustentabilidade ao meio ambiente das lavouras?
A adoção de práticas de correção de solos através do balanço de bases, o uso de compostos orgânicos, fertilizantes naturais reativos, integração com uso de braquiária ou mix de ervas na linha do café ou em rotação com outras culturas e uso de biológicos.
A integração desses manejos ativam os sistemas produtivos e devolvem a dinâmica equilibrada física, química e biológica para solos que serão o alicerce reforçado e bem estruturado das lavouras. Esse manejo todo funciona como sistema de engrenagem, que precisam estar sempre lubrificados para funcionar perfeitamente, se uma das engrenagem não estiver em funcionamento afetara todas as outras.
A correção de solo é tão importante pois, o cálcio é também um dos elementos mais lixiviados do solo e, portanto, a sua avaliação periódica e a sua suplementação, se faz necessária, e deve ser sempre providenciada se o objetivo for a obtenção de colheitas maiores e com maior qualidade. A correção de cálcio e magnésio não afeta só a química dos solos mais interfere também na física do solo.
A relação Ca:Mg se faz importante pois, o excesso de magnésio provoca uma maior compactação dos solos e consequentemente uma produção reduzida. Esses elementos devem estar em uma relação de 3:1 no solo.
A matéria orgânica tem grande importância no manejo dos solos uma vez que impacta os três pilares de sustentação dos solos, o físico, o químico e biológico. Promove retenção de água no solo, formação de agregados, densidade do solo, pH, capacidade tampão, capacidade de troca catiônica, mineralização de nutrientes, sorção de metais pesados e defensivos agrícolas, infiltração, aeração, atividade microbiana. Muito importante avaliar a qualidade do composto orgânico escolhido, quanto a maior a CTC e teor de ácidos orgânicos presentes no composto, melhor é a qualidade dele.
Matéria orgânica não compostada, como esterco de galinha ou de gado, a cama de frango ou a palha de café quando levada diretamente a lavoura pode levar junto sementes de invasoras, nematóides e fitopatógenos, além de não proporcionar ganhos permanentes na CTC, na matéria orgânica do solo e por não passarem pelo processo de decomposição de forma estabilizada, não formam os ácidos orgânicos (ácidos húmicos, ácidos fúlvicos e humina) tão desejados pelas plantas e solução do solo. Se estes resíduos estiverem disponíveis na propriedade, é possível fazer a compostagem dele na propriedade.
Os fertilizantes naturais reativos impactam, assim como a matéria orgânica todos os pilares de sustentação do solo, promovem retenção de água no solo, não acidificam o solo, não causam efeito esterilizantes na microbiota do solo, os fertilizantes a base de silício causam efeito supressor de nematoides e melhoram a resistência da planta a ataque de doenças e pragas.
Os biológicos podem promover desde a fixação de nitrogênio, solubilização de fósforo e potássio a controle de patógenos do solo, como nematoides, fusarium, rizoctonia, entre outros até controle de doenças que atacam a folha como fungos e bactérias e controle de insetos. E o mais interessante é que estes microorganimos podem ser produzidos na sua propriedade rural.
Produtor não é você deixar de usar insumos químicos na sua lavoura, mais integrar e racionalizar o seu manejo, converse com seu engenheiro agrônomo e se precisar de mais informações estou à disposição.
Engenheira Agrônoma Daniela Marchete Gomes
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