O menino de sete anos que foi baleado na cabeça dentro de casa, na sexta-feira, 17, no bairro João XXIII, em São Sebastião do Paraíso deverá ter seu quadro de saúde reavaliado nas próximas horas. Ele passou por procedimento cirúrgico no sábado, 18, e permanece hospitalizado em estado grave. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do ocorrido e continua a procura do pai da criança, que é procurado pela Justiça do Rio Grande do Norte e encontra-se foragido.
A situação do menino continua inspirando cuidados dos médicos que o acompanham na Santa Casa de Misericórdia em Paraíso. A versão inicial que inclusive está sendo questionada pela polícia é de que ele e os irmãos encontraram o revólver calibre 22 em casa. Enquanto brincavam a arma teria caído e disparado atingindo a nuca da vítima. Segundo o delegado Rafael Gomes que investiga o caso a versão apresentada é pouco provável, sendo que pode ter havido o disparo acidental por um dos envolvidos. O laudo pericial poderá determinar o ocorrido.
A criança foi socorrida pela mãe e em seguida com a presença do pai - que exerce a função de segurança e responsável pela arma - foi levado às pressas com a ajuda de um vizinho e deixada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), na Vila Santa Maria. No local a vítima recebeu os primeiros atendimentos e chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória quando estava sendo preparada para ser transferida. A equipe médica conseguiu reanimá-la e foi feita a transferência pelo resgate do Corpo de Bombeiros até a Santa Casa.
No hospital o menino que estava entubado e sedado foi submetido a uma delicada cirurgia. Segundo informações a bala havia atingido a nuca, atravessado parte do cérebro onde ficou alojada. O procedimento para a retirada do projétil ocorreu no sábado e foi considerada exitosa. A criança permanece hospitalizada e em coma induzido e seu quadro ainda inspira cuidados. Nas próximas horas a sedação deverá ser reduzida para avaliação dos danos causados.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil prossegue com as investigações sobre o caso. A arma não foi localizada e o pai do menino continuava desaparecido até a conclusão desta matéria. As primeiras informações sobre ele realizadas através de levantamentos sobre sua vida pregressa dão conta da existência de um mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça do Rio Grande do Norte, motivo pelo qual o acusado já era considerado foragido.
Também foi verificado que ele não tem registro de porte ou posse de arma de fogo em seu nome. Ainda no final de semana moradores do bairro João XXI relataram ter havido uma movimentação de pessoas na casa onde a família morava com a retirada de alguns pertences que foram colocadas em um veículo.
Não foi confirmada se ele estaria entre aqueles que estiveram na residência e em seguida deixaram a cidade. Segundo a polícia as informações sobre o caso serão restritas para não prejudicar o andamento das investigações que estão em curso.