Considerado por muitos o melhor amigo do homem, os cães que nos tempos atuais possuem mil e uma utilidades também estão sendo utilizados para auxiliar no tratamento de saúde de pessoas hospitalizadas. Esta é a aposta do projeto “Bichoterapia” que está sendo implantado na Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso através da junção de algumas propostas de trabalho e a utilização de uma equipe multidisciplinar. A iniciativa vem ao encontro com a chamada Terapia Assistida por Animais (TAA) ajuda a promover o bem-estar físico e emocional dos pacientes auxiliando no tratamento de diversas situações.
Além de oferecer ao ser humano muito do que ele aprecia e necessita seja em forma de companheirismo, amor e carinho é sabido que os pets também auxiliam no aprendizado de valores pessoais como respeito e responsabilidade e trazem muita alegria no convívio familiar e social.
Este é o ponto de partida para que este tipo de tratamento passe a ser cada vez mais utilizado, criando vínculos e laços entre o paciente e o animal, inserido como parte integrante de um processo de recuperação. O trabalho demanda a participação de profissionais da área que ajudam a promover o bem estar físico e emocional dos pacientes.
Na Santa Casa de Misericórdia de Paraíso a proposta surgiu e está sendo consolidada a partir da junção de diferentes ações que foram conciliadas. Conforme divulgação do próprio hospital “tudo começou com um antigo sonho do médico Rodrigo Russo, supervisor da Clínica Médica”. A iniciativa encontrou ressonância e retorno no trabalho da médica Carina Eloi de Castro Ribeiro da Silveira que já atuava com animais e viram a oportunidade de desenvolverem juntos um novo projeto.
Apoiados e incentivados pela diretora Técnica da Santa Casa, Raquel Constantini que exerce um projeto paralelo de cuidados paliativos com os pacientes também se juntou ao grupo. Em seguida outros profissionais foram convidados a fazer parte e foi formado o grupo de trabalho. Reuniu-se na equipe de trabalho pessoas com muita vontade de atuar e fazer dar certa a proposta apresentada. Fazem parte profissionais da Psicologia, Serviço Social, Médico Veterinário Adestrador, Marketing, Enfermeiro e outros que de alguma forma ajudam a realizar o sonho.
A equipe foi buscar apoio junto ao projeto Cão Carinho, administrado pela também médica Maria Auxiliadora Martins, do Hospital de Clínicas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade de São Paulo. Com a parceria pôde-se aprender e trouxe a metodologia para a Santa Casa em Paraíso. Apesar do começo tímido, a proposta rapidamente foi tomando uma proporção imensa devido ao enorme carinho dedicado aos cães terapeutas.
A ciência comprova que o contato com os bichinhos ajuda ao paciente liberar os chamados hormônios do bem, aumentando a produção de endorfina, que é considerado um analgésico natural e a serotonina, que atua no cérebro regulando aspectos como humor, sono e apetite, além de reduzir as taxas de cortisol relacionado ao estresse.
Os cães proporcionam amor incondicional e conforto assim como companheirismo fazendo com que o paciente sinta grande bem estar com a presença dos animais. Eles fazem lembrar o lar, sendo que algumas pessoas estão hospitalizadas por uma longa permanência. A presença dos animais aumenta a capacidade motora, diminui os sintomas de depressão, reduz a ansiedade e a pressão sanguínea. A equipe informa que neste sentido tem por missão mostrar como a relação com a pessoa e o animal produz melhores resultados físicos, psicológicos e sociais.
A prática de integrar os animais como parte do tratamento de adultos e crianças não é nova. Ela já existe há muito tempo, quando os pacientes da área psiquiátrica recebiam essa abordagem como forma de otimizar os resultados das terapias existentes.
Hoje, a terapia assistida por cães já tem seus benefícios comprovados, especialmente quando utilizada com crianças. A Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma metodologia já bastante utilizada no suporte ao tratamento de pacientes dos mais diversos quadros, desde a oncologia até transtornos psicológicos, por exemplo. Quando ela é realizada por cachorros, se configura como terapia assistida por cães.