INVESTIGAÇÃO

Polícia investiga e tenta elucidar crime ocorrido no interior de igreja

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Polícia | 16-07-2022 07:27 | 1256
Foto: Arquivo

A Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso instaurou inquérito e está investigando as motivações do crime que resultou na morte de Kauê Alves dos Santos, 26. Ele foi morto na noite do último domingo, 10, durante a realização de um culto na igreja da Comunidade Evangélica Rhema, no bairro João XXIII. Cerca de oito horas depois, quatro pessoas foram detidas pela Polícia Rodoviária Federal durante a tentativa de fuga já na BR-116 em Teófilo Otoni (MG). Um dos suspeitos disse ser irmão da vítima e teria confessado a autoria dos disparos por vingança pela morte de outro familiar cometido por Kauê.

O corpo de Kauê Alves que é natural do estado de Tocantins foi levado para a perícia ainda na noite de domingo. O homem de 26 anos foi vítima de três tiros de pistola .40. Testemunhas do crime disseram que no momento da adoração quando os fiéis estavam de pé, o atirador adentrou a igreja. Ele cumprimentou uma pessoa que estava na porta e dirigiu-se em direção a vítima, determinou que as demais pessoas se afastassem e efetuou os disparos a queima roupa. Kauê morreu na hora.

Em seguida o atirador deixou a igreja e adentrou um veículo de cor escura tendo fugido do local. Como o acusado entrou no carro pelo lado direito ficou evidente de que ao menos uma pessoa o teria ajudado, com a condução do veículo. Acionada para o caso a polícia verificou algumas imagens de sistemas de segurança nas proximidades do local e de posse das características e placa do veículo foi emitido um alerta para todo o estado.

Na manhã de segunda-feira, 11, a Polícia Rodoviária Federal localizou um Corolla com placas do Ceará e que possuía todas as características informadas. A abordagem aconteceu na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), que fica a 837 quilômetros de Paraíso, local do crime. No interior do carro estavam quatro pessoas, sendo três homens e uma mulher.

Um dos suspeitos teria confessado ser o autor dos disparos e se declarou irmão de Kauê. Com a mulher foi encontrada uma pistola .40 que pode ter sido a arma utilizada no crime. Todos os envolvidos foram presos e encaminhados para o presídio naquela cidade no Vale do Mucuri. A arma, cerca de 60 munições, celulares e dinheiro foram apreendidos.

Investigações

A Polícia Civil de Paraíso instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime e o caso está sendo conduzido pelo delegado Rafael  Gomes. Desde a prisão dos suspeitos no início da semana a polícia vem buscando informações que possam ajudar na elucidação do crime. A partir das declarações de um dos envolvidos que assumiu a autoria do homicídio surgiram várias evidências que estão sendo investigadas.

Um dos detalhes que mais chamou a atenção é que o homem que disse ter feito os disparos declarou ser irmão da vítima Kauê. A morte dele foi justificada como vingança, em função de Kauê estar envolvido em pelo menos um homicídio no Ceará envolvendo familiares. Este caso teria ocorrido em março deste ano, sendo que Kauê estaria foragido em Paraíso. A vinda do grupo até Minas Gerais teria sido motivada apenas para que ele fosse eliminado.

A polícia também avalia se o crime ocorrido domingo passado na igreja evangélica possa ter qualquer ligação com o caso ou pessoas ligadas ao menino que se feriu há cerca de um mês com o disparo de arma de fogo.

Neste caso a arma pertenceria a um homem que está foragido e que tem contra ele um mandado de prisão, pelo cometimento de um assassinato no Nordeste. As evidências desta situação como o uso de documentos falsos estão sendo analisadas.

Era aguardada ainda nesta semana a chegada de alguns materiais como a arma apreendida que será submetida a perícia cuja documentação será juntada a perícia feita no local. Também está sendo feito o cruzamento de informações em relação ao documento da vítima e do acusado preso sobre a hipótese de algum deles estar usando o nome falso.

Como os procedimentos envolvem a polícia e a justiça em outro estado os trâmites em algumas fases da investigação podem ficar um pouco mais morosa. De acordo com levantamentos não está descartada a possibilidade de que ao menos o autor confesso do crime possa ser recambiado até Paraíso, local do homicídio. Todas as circunstâncias seguem sendo apuradas.