A Vigilância em Saúde divulgou na sexta-feira, 16, boletim epidemiológico de casos de sífilis em São Sebastião do Paraíso. Foram registrados neste ano 48 casos de sífilis adquirida, sendo 26 ocorrências em homens e 22 em mulheres. O diagnóstico apresenta dados em relação a faixa etária, gestantes e, por trimestre. Aborda ainda situações em tratamento, inclusive com parceiros e casos congênitos. O levantamento foi realizado pela enfermeira Nayara Janaina Mandelo Silva e revisado por Fernanda Amorim Spósito Scarano, que é coordenadora da Vigilância em Saúde no município.
O boletim é apontado como importante instrumento para que seja traçado um perfil da doença no Município. O indicador também pode ser utilizado como ferramenta, tanto para o combate da doença quanto para conscientização da própria população e dos profissionais da saúde, em relação a busca pelo diagnóstico precoce e prevenção da doença sífilis.
Conforme destaca a coordenadora do setor, Fernanda Spósito, o tratamento desses pacientes pode ser feito nas USF"s e na Infectologia, que é porta aberta para fazer a testagem. "Contamos com o apoio da população e dos profissionais da saúde para nos ajudar a diagnosticar e tratar o maior número possível de pessoas", salienta.
Somente neste ano foram registrados 48 casos de sífilis adquirida sendo 26 em pacientes masculino e 22 em mulheres. No ano passado no total foram 25 casos, sendo 16 homens. A menor incidência nos últimos cinco anos foi em 2020, quando foram registradas apenas 12 ocorrências e apenas duas mulheres infecta-das. Em 2019 foram 33 casos e 2018 (27 infectados) dos quais 17 homens. Considera-se sífilis adquirida todos os casos diagnosticados positivos, em homens e mulheres não-gestantes.
Em relação a faixa etária entre os contaminados deste ano a maior incidência está na faixa etária de 20-34 anos com 31 casos. Em seguida são sete ocorrências (35-39 anos), enquanto que na faixa de 50-64 ano são cinco os infectados.
Neste ano de 2022 foram dois casos de sífilis congênita e nenhum no ano passado. Já em 2020, foram cinco ocorrências, mesma quantidade de 2019, enquanto que em 2018 registrou-se três casos. Considera-se sífilis congênita todo recém-nascido, natimorto ou aborto de mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada.
Considera-se sífilis em gestante toda mulher que durante o pré-natal, parto ou puerpério apresente pelo menos um teste reagente, independente de apresentar sintomas ou não, ou de ter feito tratamento prévio.
É possível desenvolver estratégias preventivas que reduzam ou mesmo eliminem a exposição a fatores de risco. O Sistema Único de Saúde (SUS), disponibiliza gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família, o preservativo para prevenção, o teste rápido para diagnóstico e o tratamento da doença. Informações sobre o tratamento pode ser obtido através do telefone (35) 3539-1040 ou pessoalmente na Rua Tiradentes 1011, centro de Paraíso.
SÍFILIS ADQUIRIDA, GESTANTE E CONGÊNITA
A sífilis é uma infecção bacteriana, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo. A transmissão se dá principalmente por contato sexual; contudo, pode ocorrer transmissão vertical para o feto durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada (BRASIL, 2022).
A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas e, quando apresentam sinais e sintomas, muitas vezes não os percebem ou não os valorizam, e podem, sem saber, transmitir a infecção às suas parcerias sexuais.
Como prevenção, o uso de preservativos - tanto feminino como masculino, durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença; o acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da Sífilis Congênita (BRASIL, 2022).
É importante destacar que o Departamento de Vigilância em Saúde e Ambulatório de Infectologia, juntamente com a Atenção Primária à Saúde de nosso município, busca ampliar e manter a realização de estratégias de abrangência para o controle da infecção, realização de testagem para diagnóstico e tratamento (testes rápidos, penicilina benzatina e cristalina); realização de campanha municipal de prevenção, forma-lização do Comitê de Investigação da Transmissão Vertical, cujo objetivo principal é realizar o mapeamento dos casos de transmissão vertical das Infecções Sexualmente Transmis-síveis (IST) do município e propor medidas e estratégias de intervenção com foco na prevenção, diagnóstico, tratamento e vigilância do agravo e as parcerias realizadas com as demais coordenações municipais e áreas envolvidas com o agravo.