A temporada 2023 da F1 terá 23 corridas, uma a menos que o programado, mas ainda assim será o campeonato mais longo desde o surgimento da categoria em 1950. O recorde anterior foi no ano passado com 22 Grandes Prêmios.
O capítulo final para a conclusão do calendário foi o cancelamento do GP da China e a decisão de não colocar nenhuma outra prova como substituta. A corrida de Xangai estava reservada para o dia 16 de abril, mas foi cancelada em dezembro diante das severas medidas sanitárias impostas pelo governo contra a covid-19. A F1 não tinha a garantia de que seus integrantes poderiam entrar e sair do país sem a obrigatoriedade de ter que cumprir quarentena. A China tem contrato com a F1 até 2025, mas desde 2020 que a prova não é disputada por conta da pandemia. O último foi realizado em 2019, vencido por Lewis Hamilton.
Imediatamente ao anúncio do cancelamento, começou uma corrida por fora para ver quem preencheria a vaga. Portugal e Turquia se candidataram. Ambos já fizeram parte do calendário da F1. O Circuito de Istambul Park é uma pista espetacular, mas Portimão, em Portugal, era quem tinha melhores condições para servir mais uma vez de tampão. Em 2020 e 21 o Circuito de Algarve preencheu a lacuna deixada por outros países que tiveram suas corridas canceladas também por causa da covid. Mas desta vez havia dois imbróglios para serem resolvidos. O primeiro, de ordem financeira, visava arrumar dinheiro a tempo de realizar a prova. O segundo, de ordem técnica: para a mesma data, 16 de abril, está confirmado a realização de uma etapa do Mundial de Endurance (WEC).
As coisas começaram a fluir quando o governo português deu carta branca para a realização da prova. As conversas avançaram antes do natal, mas do outro lado do planeta, o governo chinês decidiu afrouxar as restrições impostas a visitantes no país. Os organizadores do GP da China viram na brecha a possibilidade de reaver o seu GP. Por outro lado, havia muita pressão por parte das equipes para uma decisão rápida da Liberty Media, dona dos direitos comerciais da F1, para que elas também pudessem se organizar já que há por trás do extenso e apertado calendário, questões logísticas que precisam ser traçadas com antecedência. E sem muito tempo a perder, na última terça-feira os dirigentes da F1 mantiveram o cancelamento definitivo do GP da China e sem substituição para a prova que seria a quarta etapa do campeonato.
Assim, haverá uma enorme lacuna no mês de abril com o GP da Austrália marcado para o dia 2 e só então no dia 30 será disputado o GP do Azerbaijão, ficando como a 4ª etapa do Mundial. A pausa será um refresco para o que virá pela frente. A partir daí será pauleira com cinco corridas realizadas em seis finais de semana seguidos.
O campeonato começa no dia 5 de março, no Bahrein, passando pela Arábia Saudita em 19/03, seguido por Austrália e Azerbaijão. Miami recebe a 5ª etapa em 7 de maio, Na sequência, Ímola (21/05), Mônaco (28/05), Espanha (04/06), Canadá (18/06), Áustria (02/07), Inglaterra (09/07), Hungria (23/07) e Bélgica (30/07). Aí uma pausa para a chamada férias de verão na Europa, e o campeonato retoma a segunda metade no dia 27/08 na Holanda, seguido por Itália (03/09), Singapura (17/09), Japão (24/09), Qatar (08/10), Estados Unidos (22/10), Cidade do México (29/10), São Paulo (05/11); a novidade da temporada, Las Vegas, prova noturna com a promessa de um mega evento em 18/11, e fechando a temporada mais uma vez em Abu Dhabi no dia 26 de novembro.
O cancelamento de uma corrida pode parecer pouco, mas muito bem-vindo para quem viaja com a F1, principalmente os mecânicos que são os primeiros e os últimos a deixarem cada país por onde o circo passa.