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Após renunciar à presidência do Sebrae, Melles faz balanço de sua gestão, agradece e colaboradores e dirigentes

Por: . | Categoria: Brasil | 08-04-2023 13:32 | 474
Foto: Reprodução Vídeo

O engenheiro agrônomo, Carlos Melles que estava na presidência nacional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), desde 2019 quando foi eleito, renunciou ao cargo no dia 29 de março passado. No final de 2022 havia sido reeleito com mandato para mais quatro anos. Sua decisão foi tomada após sofrer pressão do Governo Federal, pelo cargo.

“Expresso meu respeito a todo o Sistema do Sebrae e aos milhões de empresários de pequenos negócios”, disse ao renunciar. Reproduzimos a íntegra de sua despedida a colaboradores e dirigentes.

CAROS COLABORADORES
Começo minha fala com agradecimentos! Com o apoio de vocês fomos mais longe.

Trabalhamos com convicção, com determinação, com união, sempre focados em sermos o Sebrae que o Brasil precisa. Tive a sorte de ser o presidente do Sebrae quando essa instituição completou 50 anos, em julho do ano passado. Eu vivi e fui parte da transformação do Sebrae.

Posso afirmar para vocês que, nesses últimos quatro anos, o Sebrae se firmou como uma instituição imprescindível. Enfrentamos todas as crises com competência e criatividade.

Encerro este ciclo com um saldo de boas notícias que, definitivamente, solidificam o caráter estratégico dos pequenos negócios na economia da nação de fato, como uma política de estado.

Os números são eloquentes: 99% das empresas brasileiras são pequenos negócios, 44% da massa salarial é originada neste setor, que também responde por 30% do PIB. Se humanizarmos os dados, fica ainda mais relevante mencionar que 86 milhões de brasileiros (40% da população) vivem – direta ou indiretamente – dos mais de 20,6 milhões de pequenos negócios.

O Sebrae atuou sistematicamente para fortalecer o segmento com a formulação das políticas públicas para robustecer a pequena empresa, orientando, capacitando, treinando e modernizando.

Uma estatística recente e muito animadora é que entre 2019 e 2022 o número de atendimentos do Sebrae - presencial e remoto - cresceu de 5,8 milhões para quase 22,5 milhões nas milhares de unidades espalhadas pelo país. Essa expansão coincidiu com o período pandêmico, que sobressaltou a economia como um todo, mas particularmente afetou os pequenos negócios.

Estivemos juntos, na ponta, pela Rede de Agentes espalhada pelo país, pelo empreendedorismo feminino, no agronegócio, na educação empreendedora, sustentabilidade, no artesanato, mercados digitais, nas cidades empreendedoras,  Prefeito  Empreendedor, na aceleração de startups, inovação, capital empreendedor, na Empresa Simples de Crédito, no Brasil Mais, além da elaboração, formulação, discussão e aprovação de políticas públicas para ampliar a rede de proteção aos pequenos negócios.

O Sebrae conseguiu dar uma chacoalhada no tema ao incentivar o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que deu aval de até 100% dos empréstimos.

Avançamos rumo à desburocratização e simplificação fiscal, dando suporte ao Microempreendedor Individual (MEI), apoiando os pequenos negócios nas compras governamentais, estimulando a inovação e fomentando a educação empreendedora.

O Sebrae, cuja respeitabilidade é o resultado de uma construção coletiva, alargou sobremaneira sua reputação nos quatro últimos anos. Pela primeira vez, dada a pujança e volume de exposição positiva do Sebrae, a instituição figurou entre as 10 marcas mais fortes do Brasil. Esse ranking honroso nos encheu de orgulho e disposição.

Como homem público, tenho a minha história em torno da causa do pequeno negócio e honro por isso.

Desde a constituinte. Em 1995, nós empunhamos a frente do Simples. Trabalhamos longamente para constituir a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, sancionada em 2006.

Logo depois, criamos o Microempreendedor Individual (MEI) e viabilizamos diversos outros avanços: o MEI Caminhoneiro, o Pr-nampe, o marco regulatório da micro e pequena empresa, da empresa-anjo, a Empresa Simples de Crédito (ESC), a fintech Sebrae, o Canal Empreender. Vitórias e conquistas que deixam o Brasil orgulhosamente numa posição de ponta na legislação direcionada aos pequenos negócios.

Agradeço ao competente e comprometido corpo de colaboradores que, durante toda a gestão, mostrou o seu valor e a sua força para termos mais pequenos negócios fortes e prósperos.

Agradeço a todos os parceiros e instituições. Trabalhando em conjunto, fizemos tanto pelo país.

CAROS DIRIGENTES
Começo minha fala com agradecimentos!

Com o apoio de vocês pudemos realizar uma gestão diferenciada. Trabalhamos em rede de forma sistemática durante quatro anos. Foi um período intenso, de trocas, de união, do cinquentenário do Sebrae, que foi comemorado de maneira esplendorosa, mostrando serviço, resultados e fazendo o Sebrae que o Brasil precisa.

A minha luta, sem dúvida, deve ser a de muitos de vocês. Trabalhamos longamente para constituir a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, sancionada em 2006.

De lá para cá, o Brasil da micro e pequena empresa é outro. Dois anos depois, criamos o Microempreendedor Individual (MEI) e viabilizamos diversos outros avanços: o MEI Caminhoneiro, o Pronampe, o marco regulatório da micro e pequena empresa, da empresa-anjo, a Empresa Simples de Crédito (ESC), a fintech Sebrae, o Canal Empreender. Vitórias e conquistas que deixam o Brasil orgulhosamente numa posição de ponta na legislação direcionada aos pequenos negócios.

Voltando em fevereiro de 2019, me recordo da nossa insegurança, dos Sebrae nos estados com relação ao orçamento do Sistema Sebrae e à constitucionalidade [ou não] da nossa CIDE.

Chamo atenção sobre esse aspecto, porque nada mais difícil para um gestor do que trabalhar com a insegurança orçamentária.

No caso da CIDE nos organizamos, mostramos credibilidade e acessamos os formadores de opinião que confiavam no CDN, confiavam no Sebrae e confiavam na micro e pequena empresa. Unidos, nós vencemos e descartamos a “queda de braço” do orçamento do Sebrae, pois demos constitucionalidade a ele.

O Sebrae foi criado com a nobre missão de apoiar os pequenos negócios em sua jornada e deve ter a cara do Brasil, com toda sua diversidade em todas as regiões, não a cara de um ou outro governo. Trabalhar juntos, sim, e sempre em prol de um país mais justo e próspero. O resultado do Sebrae de hoje é alcançado pela união de princípios e propósito de todo o Sistema, pelo trabalho dedicado à causa de termos mais pequenos negócios dando certo.

Trabalhamos com convicção, com determinação, com união, sempre focados em sermos o Sebrae que o Brasil precisa. Acredito que esse é um daqueles momentos de nossa história de 50 anos em que há oportunidade de evoluirmos, avançarmos para um modelo de governança que dê ao Sistema mais segurança e modernidade em sua gestão. Por isso, agradeço muito a cada um de vocês por termos criado esta sinergia de trabalhar em rede.

Hoje, somos mais maduros e estamos mais preparados e fortalecidos como Sistema.

Posso afirmar para vocês que, nesses últimos quatro anos, o Sebrae se firmou como uma instituição imprescindível. Enfrentamos todas as crises com competência e criatividade.

O Sebrae atuou sistematicamente para fortalecer o segmento com a formulação das políticas públicas para robustecer a pequena empresa, orientando, capacitando, treinando e modernizando.

Uma estatística recente e muito animadora é que entre 2019 e 2022 o número de atendimentos do Sebrae - presencial e remoto - cresceu de 5,8 milhões para quase 22,5 milhões nas milhares de unidades espalhadas pelo país. Essa expansão coincidiu com o período pandêmico, que sobressaltou a economia como um todo, mas particularmente afetou os pequenos negócios.

Estivemos juntos, na ponta, pela Rede de Agentes espalhada pelo país, pelo empreendedorismo feminino, no agronegócio, na educação empreendedora, sustentabilidade, no artesanato, mercados digitais, nas cidades empreendedoras,  Prefeito  Empreendedor, na aceleração de startups, inovação, capital empreendedor, na Empresa Simples de Crédito, no Brasil Mais, além da elaboração, formulação, discussão e aprovação de políticas públicas para ampliar a rede de proteção aos pequenos negócios.

É muito gratificante vencer ao lado do bem, do lado bom da força. Por isso, digo a vocês, como homem público, a pauta do empresário de pequeno negócio também é minha causa, é a nossa causa.

Contem comigo!

Meu muito obrigado!

Carlos Melles