POLEPOSITION

McLaren terá um domingo especial

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 28-05-2023 01:22 | 914
cFelix Rosenqist com a espetacular pintura  do Dallara-Chevrolet, da McLaren, que larga  da primeira fila nas 500 Milhas de Indianápolis
cFelix Rosenqist com a espetacular pintura do Dallara-Chevrolet, da McLaren, que larga da primeira fila nas 500 Milhas de Indianápolis Foto: McLaren/ Divulgação

Este último domingo de maio será um dia de titãs para a McLaren. Em duas frentes, a equipe vai correr em Mônaco e Indianápolis. E para celebrar, trouxe uma pintura especial para Lando Norris e Oscar Piastri no GP de Mônaco. A McLaren não vive um grande momento na F1 já faz um bom tempo. Seu último título foi conquistado no distante 2008 com Hamilton, e desde 2021, em Monza, não vence uma corrida. No atual campeonato é apenas a 5ª colocada com 14 pontos, empatada com a Alpine, e distante 64 da Ferrari, a 4ª colocada, e um abismo para a líder Red Bull com 224 pontos.

Embora pareça ter entrado numa espiral negativa difícil de encontrar o caminho de volta aos trilhos, a McLaren ainda é um time grande que não pode ser subestimado. É a terceira equipe com mais títulos de construtores (8), atrás apenas de Ferrari e Williams, e a segunda com mais vitórias, atrás da Ferrari. Em Mônaco é a recordista de vitórias (15). A primeira foi em 1984 com Alain Prost na prova que ficou famosa por quase ter sido vencida por Ayrton Senna com a modesta Toleman não fosse o encerramento antes do total de voltas programadas por causa da chuva. Nesta semana completou-se 30 anos da 6ª e última vitória de Senna em Mônaco - cinco delas pela McLaren -, o que faz do brasileiro até hoje o recordista de vitórias nas ruas do Principado.

Mas se hoje a McLaren não mete medo nos adversários na F1, ela se orgulha de ser a única equipe a conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo com as fabulosas vitórias no GP de Mônaco, nas 500 Milhas de Indianápolis e nas 24 Horas de Le Mans. Além da McLaren, o inglês Graham Hill é o único homem na história do esporte a motor a conquistar tal feito. E o layout da McLaren para esse GP de Mônaco com largada amanhã às 10h, ao vivo na TV Band e rádio Band News FM, traz um mix de cores que remetem às cores que seus carros usavam em cada uma das vitórias que formam a Tríplice Coroa. O centro do MCL60 ficou branco em referência à tradicional pintura na época da vitória de Prost no GP de Mônaco de 84. A dianteira em preto, simboliza a cor do modelo F1 GTR que venceu as 24 Horas de Le Mans de 1995 com JJ Lehto, Yannick Dalmas e Masanori Sekiya. E a traseira em laranja que era a cor do carro da vitória de Johnny Rutherford nas 500 Milhas de 1974.

Em Indianápolis a McLaren terá 4 carros e mais sensacional que a pintura especial para o GP de Mônaco é três deles com as cores idênticas da três vitórias iônicas: o preto de Pato O’Ward, o laranja de Alexander Rossi, e o mais espetacular na minha opinião, o branco do sueco Felix Rosenqvist. Um golaço de marketing da McLaren. A exceção é o carro do brasileiro Tony Kanaan que vai com as cores atuais da McLaren na Indy em sua despedida de Indianápolis. Os quatro largam entre os nove primeiros colocados. A prova terá ainda outro brasileiro, Hélio Castroneves, correndo atrás da glória de se tornar o maior vencedor isolado das 500 Milhas. Helinho tem 4 vitórias, empatado com as lendas da Indy, A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears. A 107ª edição das 500 Milhas de Indianápolis terá largada pouco depois da bandeirada do GP de Mônaco, às 13h, ao vivo nas TVs Cultura e ESPN.

Voltando a Mônaco, outra equipe desperta as atenções neste final de semana é a Mercedes que abandonou o projeto malsucedido de 2022 e 2023 com os minúsculos sidepods (aquelas caixas laterais que abrigam as entradas de ar dos radiadores) e trouxe um novo formato para o W14 de Lewis Hamilton e George Russell, mais convencional e com a suspensão dianteira revisada. A questão agora é saber se vai funcionar ou não. Mônaco não é o lugar mais apropriado para estrear atualizações. Elas estavam programadas para Ímola, na semana passada, mas com o cancelamento da prova por conta das fortes chuvas no norte da Itália, a Mercedes não teve outra alternativa. 

BARRICHELLO FEZ 51
A coluna não poderia deixar de saudar Rubens Barrichello pelos 51 anos na última terça-feira (23). Um Gigante (com G maiúsculo) do automobilismo brasileiro. Quem acompanhou a Stock Car no final de semana passado, em Tarumã, viu a montanha-russa de emoções vivida por Rubinho desde o forte acidente do filho na sexta-feira, passando por um carro que não tinha o melhor acerto, e tirando coelho da cartola na corrida 2 da rodada dupla quando largou da 20ª posição para vencer de forma extraordinária. Um exemplo de resiliência para todas as gerações do esporte.