Nesta semana, a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso concluiu o inquérito sobre o assassinato de um homem no município em abril deste ano, ocorrida após a autorização de um "tribunal do crime". Sete dos oito suspeitos estão presos.
De acordo com a polícia, entre as descobertas envolvendo o assassinato de Fabrício Leal Casais, de 25 anos, está o fato de que a ex-companheira da vítima, 31, envolvida no crime, teria oferecido favores sexuais a um dos autores em troca da morte do rapaz.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rafael Gomes, “o homicídio qualificado praticado pelo denominado ‘tribunal do crime’ e executado por integrantes de uma facção criminosa conhecida nacionalmente, foi um caso bastante complexo e o caso foi desencadeado logo com a descoberta do cadáver”.
De acordo com o inquérito, no dia 16 de abril, a vítima foi arrastada para um local de mata fechada no bairro Nascentes do Paraíso por oito pessoas, incluindo a ex-companheira dele. Lá, eles acionaram um membro da organização criminosa com poder de definir o destino da vítima por meio de uma videochamada em um telefone celular.
Conforme explica o delegado, os autores tinham motivações pessoais contra o homem e desejam vingança. A ex-companheira o acusava de violência doméstica e dois dos acusados eram credores de Fabrício, e não receberam o dinheiro que lhes era devido. Além disso, Fabrício era acusado de assediar a sobrinha de um outro suspeito. Também pesava contra a vítima o fato de ele ter matado um integrante da facção criminosa no estado da Bahia. Para fugir da polícia, ele se mudou para São Sebastião do Paraíso.
Diante das acusações, o membro da facção determinou que Fabrício fosse assassinado. “O cadáver foi enterrado naquele domingo, e trocado de lugar na quarta-feira, 19, quando, então, as polícias Civil e Militar encontraram o corpo, que apresentava sinais de tortura e estava bastante lesionado”, conta o delegado.
Sobre a descoberta de que a ex-companheira de Fabrício teria prometido recompensar um dos autores com relações sexuais caso ele matasse Fabrício, o delegado responsável pelo caso comenta: “A investigação apurou que isso de fato ocorreu e que se consumou no próprio local. Então, esses dois indivíduos tiveram essa relação sexual no momento em que a vítima era torturada, inclusive. Então, verifica-se aí o contexto de um crime bárbaro e com algumas nuances bem sádicas”, conclui Gomes.
Oito pessoas foram indiciadas por organização criminosa, homicídio qualificado (em alguns casos, duplamente qualificados) e ocultação de cadáver, sendo que sete delas já foram presas e permanecem à disposição da justiça no presídio local, incluindo a ex-mulher de Fabrício. Um dos acusados permanece foragido. O machado e a corda usados no crime foram localizados e apreendidos.