Uma proposta de implantação de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil foi apresentada na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de São Sebastião do Paraíso, segunda-feira (5). A arquiteta e urbanista Érica Moreira Coelho foi a responsável por levar o projeto à tribuna.
Segundo a autora, resíduos sólidos, ou entulhos, são classificados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em várias classes. A proposta de Érica é focada na reciclagem de Classe A, que corresponde a mais de 90% dos resíduos da construção civil.
Os detritos provêm de construções, demolições, reformas de infraestrutura, e da fabricação e demolição de peças pré-moldadas em concreto. “Essa usina iria reciclar esse entulho. A ideia é realizar junto ao Executivo um estudo de viabilidade da usina, definir o capital a ser investido pelo município e, então, fazer o projeto – não somente da planta da usina, mas de todo o processo, desde a captação do resíduo até a destinação do material reciclado,” explicou aos vereadores.
Para a localização da usina, a arquiteta propõe utilizar o espaço conhecido como “bota-fora”, atualmente administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e situado às margens da rodovia MG-050. O projeto seguiria as regras do Conama, bem como as leis municipais, estaduais e federais, além das normas técnicas de resíduos sólidos vigentes no Brasil.
Com essa usina, a arquiteta e urbanista destacou que o município teria “o ganho ambiental ao eliminar esses resíduos que, quando são mal depositados, trazem inúmeros problemas, como a drenagem urbana, o tráfego de veículos, a poluição do ar, a contaminação do solo e contribuem com a proliferação de ratos, baratas, escorpiões”.
A proposta também apresenta uma dimensão econômica: a usina pode gerar economia de recursos público, já que o composto reciclado poderia ser usado pela prefeitura na pavimentação de ruas, praças e estradas rurais. “Há um investimento inicial na usina, mas pela pesquisa que fiz, isso é pago rapidamente. Depois, ela fica para as próximas gerações”, salientou a arquiteta.
Ainda de acordo com Coelho, futuramente, o local também poderia abrigar uma fábrica de artefatos de concreto, como bancos de praça, mesas e bloquetes. “A primeira ideia é fazer a usina para separação do material mais bruto e reutilizar de forma mais simples, na pavimentação. E, futuramente, podemos investir nessa fábrica de artefatos que também podem ser usados na cidade”, propõe.
Os vereadores sinalizaram de forma positiva para a proposta apresentada. Luiz Benedito de Paula (PP) propôs uma reunião entre prefeitura, câmara e a idealizadora da usina para discutir o assunto, uma vez que o Executivo já havia demonstrado interesse em realizar um trabalho de reciclagem desse tipo de resíduo. Já Pedro Delfante (PL) lembrou que, naquela data, se celebrava o Dia Mundial do Meio Ambiente, ressaltando a importância de se preocupar com as questões ambientais ligadas ao município.