Somente atrás de Verstappen que há disputa na F1
Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 09-07-2023 15:29 | 1267
Na corrida Sprint do sábado, na Áustria, Max Verstappen venceu no asfalto molhado com 21s048 sobre o companheiro de equipe, Sergio Pérez. Um repórter lhe perguntou qual a necessidade de abrir vantagem tão grande sob aquelas condições, e a resposta veio simples assim: “Não é uma necessidade, simplesmente acontece”. No domingo a corrida estava tão fácil que o holandês resolveu parar na penúltima volta para colocar pneus macios e cravar a volta mais rápida do GP da Áustria na linha de chegada. Novamente o repórter questionou sobre o risco de perder uma corrida ganha com um pit stop desnecessário? E a resposta veio com a mesma sinceridade: “Para quem estava de fora pode ter parecido arriscado. Mas para mim, dentro do carro, não havia risco nenhum”.
Verstappen vai passando como um rolo compressor e deixando a impressão de que é fácil vencer na F1, o que está longe de ser uma verdade. Na Áustria ele não deixou nada pra ninguém. Mais rápido no treino livre da sexta-feira, pole position para a corrida do domingo, pole e vitória na sprint e os 34 pontos possíveis no bolso: 8 da corrida rápida, 25 da vitória no domingo e o ponto extra da volta mais rápida. E chegou em Silverstone com 81 pontos de vantagem no campeonato (229 a 148) sobre o 2º colocado, Pérez.
Verstappen venceu pela 42ª vez na F1. Superou as 41 de Senna. Foi também a sétima vitória em 9 corridas e a 5ª consecutiva. Só não conseguiu manter invicta as voltas na liderança que vinham desde a 48ª do GP de Miami disputado no começo de maio e que durou até a 25ª volta do GP da Áustria quando parou para trocar pneus e voltou atrás das duas Ferrari. Mas foi o 7º hat trick de Verstappen (pole, vitória e volta mais rápida), igualando Alberto Ascari e Senna, os únicos que lideraram mais voltas consecutivas que Verstappen. Ascari liderou 305 em 1952 e Senna 264 em 1988. O holandês parou nas 248. E o mais impressionante é constatar que metade das vitórias de Verstappen foram conquistadas nos últimos 14 meses, a partir do GP de Ímola no ano passado, quando arrancou para o bicampeonato. Neste momento ele tem mais pontos que a Mercedes, vice-líder no Mundial de Construtores com 178. Pena que uma atuação épica como a do último final de semana tenha sido ofuscada pela estúpida regra dos limites de pista que resultaram numa enxurrada de punições e somente 5h depois da corrida, quando os ponteiros marcavam 21h45 local, que o resultado oficial foi divulgado após análise de 1.200 infrações com 83 voltas deletadas e oito pilotos punidos, alterando o resultado do 4º colocado para trás. Um absurdo que a F1 e a Federação Internacional de Automobilismo precisam refletir e discutir para que a novela não se repita no próximo ano.
Mas atrás da Red Bull de Verstappen há uma disputa intensa pela vice-liderança entre as equipes e que parece longe de ter um dono. Ora é da Aston Martin, ora da Mercedes e agora parece estar mais para a Ferrari. A McLaren deu sinais de recuperar o fôlego na Áustria e embora muito distante da briga pelo vice campeonato, deixou a expectativa de que possa se misturar com as três equipes em disputas pelo pódio.
A parada deste final de semana é em Silverstone, onde tudo começou em 1950. Ninguém venceu mais o GP da Inglaterra do que Lewis Hamilton, 8 vezes. Mas é uma das poucas pistas onde Verstappen ainda não ganhou. Tudo indica que o tabu possa cair no domingo e Verstappen escrever seu nome em Silverstone, que no passado foi apelidado de “Silvastone” em alusão ao sobrenome de Ayrton Senna da Silva, dos tempos em que o saudoso tricampeão colecionava vitórias nas categorias de base. E se a Red Bull vencer o GP da Inglaterra com Verstappen ou Sergio Pérez, igualará o recorde da McLaren de 1988 quando o MP4/4 venceu 11 corridas consecutivas com Senna e Prost.
Uma das atrações de Silverstone está sendo a equipe de mentirinha, APXGP, mas com carro de verdade, instalada entre os boxes da Ferrari e da Mercedes para as primeiras filmagens de um filme sobre F1 que está sendo dirigido por Joseph Kosinski, estrelando Brad Pitt como ator principal que faz o papel de um piloto veterano que tenta reencontrar com o sucesso, tendo Danson Idris, mais jovem, como companheiro de equipe.
O 74º GP da Inglaterra - 57º em Silverstone, décima de 22 etapas do campeonato, tem a classificação hoje às 11h e a largada amanhã no mesmo horário, ao vivo na TV Band e Rádio Band News FM.