Na terça-feira, 11, a 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso deflagrou a segunda fase da “Operação Efeito Colateral”, que tem como objetivo desmantelar uma associação criminosa composta por pelo menos oito indivíduos suspeitos de envolvimento na falsificação e venda de atestados médicos para detentos do presídio local e funcionários de uma empresa no município. Três estão presos.
Segundo Rafael Gomes, delegado responsável pela Delegacia de Fraudes da regional, as investigações tiveram início em maio deste ano, quando a Polícia Civil tomou conhecimento de que alguns condenados estavam apresentando atestados médicos com indícios de fraude ao Juízo de Execução, buscando justificar suas ausências no cumprimento das penas.
Além disso, uma empresa de Paraíso relatou à Polícia Civil que vários atestados apresentados por seus funcionários para justificar ausências no trabalho aparentavam ser falsos. Com base nessas informações, foi instaurado um inquérito policial, no qual a investigação constatou que os atestados apresentados tanto na prisão local quanto na empresa possuíam carimbos e assinaturas dos mesmos médicos.
Os médicos foram ouvidos pela polícia, e nenhum deles reconheceu as caligrafias e assinaturas constantes nos atestados, além de apontarem divergências nos carimbos. Além disso, os policiais civis verificaram que não há registros de consultas dos supostos pacientes nos respectivos hospitais e postos de saúde onde teriam sido atendidos. De acordo com o delegado Gomes, as investigações indicam que a responsável pela falsificação dos atestados os vendia por R$ 50 cada. A suspeita foi presa pela Polícia Civil.
Na primeira fase da Operação Efeito Colateral, realizada no dia 29 de junho, foi cumprido um mandado de prisão temporária e dois mandados de busca e apreensão e nesta semana, foram cumpridos mais dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão.
Ao todo, três pessoas foram presas cautelarmente e o inquérito policial já conta com o indiciamento de oito envolvidos. Mais de quarenta atestados falsificados foram apreendidos pela Polícia Civil. Ainda segundo o delegado Rafael Gomes, os suspeitos devem responder por crimes de associação criminosa, falsificação de documentos públicos e particulares, uso de documento falso, entre outros. As investigações ainda não foram concluídas.