Os pilotos da F1 estão diante de um grande desafio neste final de semana no GP da Hungria que marca a metade do campeonato, 11ª etapa de um total de 22 corridas depois que o GP da Emilia Romagna foi cancelado em abril por conta das fortes chuvas na região de Ímola. A Pirelli está experimentando uma regra que era para ter sido testada em Ímola e que se for aprovada deverá ser inserida ao regulamento dos próximos anos. Normalmente cada piloto recebe 13 jogos de pneus por fim de semana de corrida (2 jogos de compostos duros, 3 de compostos médios e 8 de compostos macios) para usar como quiser, lembrando que são obrigados a usar dois compostos diferentes na corrida.
Para o GP da Hungria, cada piloto recebeu 11 jogos de pneus: 3 de compostos duros, 4 de compostos médios e 4 de compostos macios. Ao término de cada um dos dois treinos livres de ontem, os pilotos tiveram que devolver 1 jogo para a fabricante. Após o terceiro treino livre marcado para às 7h30 de hoje, serão mais dois jogos devolvidos. Portanto, cada piloto terá à disposição 7 jogos de pneus para o restante do final de semana, com a obrigatoriedade de guardarem pelo menos 1 jogo de duros e um de médios para a corrida. A redução representa uma economia de 160 pneus e faz parte dos planos de sustentabilidade da F1 em tornar a emissão de carbono zero até 2030.
E a grande novidade é o formato da classificação que define o grid de largada para a corrida de amanhã com os pilotos tendo que usar apenas composto duro no Q1, médio no Q2 e macio no Q3.
A experiência seria menos dramática se não fosse numa pista em que o asfalto costuma ser castigado pelo sol escaldante e o forte calor que tradicionalmente faz do GP da Hungria o mais efervescente do ano. As altas temperaturas do ar e do asfalto são as principais características do Circuito de Hungaroring. Esse será literalmente um teste de fogo para os pneus. Hungaroring é um circuito travado, tendo a longa reta dos boxes como principal ponto de ultrapassagem. O resto são seis curvas para a esquerda e sete para a direita, todas de baixa velocidade, onde a média horária do GP da Hungria só não é menor que a de Mônaco em todo o campeonato. E a Pirelli resolveu colocar uma pitada a mais de tempero nessa receita desafiadora ao levar para a Hungria uma gama mais macia em relação aos pneus usados lá no ano passado, o que tende a ferver o cérebro dos estrategistas das equipes. Calor versos menos pneus, eis a equação a qual eles vão se debruçar depois da classificação que acontece hoje às 11h para traçar a melhor estratégia para a corrida de amanhã com largada às 10h, ao vivo na TV Band e Rádio Band News FM.
Max Verstappen lidera o campeonato com 99 pontos de vantagem sobre o companheiro de Red Bull, Sergio Pérez (255 a 156), que tenta se recuperar da má fase que se instalou sobre ele desde o GP de Mônaco em que não consegue avançar ao Q3, o último bloco da classificação, o que não é nada confortável para quem o mesmo carro excepcional com que Verstappen vem de seis vitórias seguidas, e se vencer amanhã ficará apenas duas de igualar o recorde que pertence a Sebastian Vettel que em 2013 ganhou 9 corridas consecutivas. Mas quem mais venceu na Hungria até aqui foi Lewis Hamilton, que por outro lado não ganha uma corrida desde o GP da Arábia Saudita de 2021.
Não bastasse o favoritismo, a Red Bull levou para a Hungria um pacote de atualizações para tornar o RB19 ainda mais rápido. Mas o Circuito de Hungaroring, a exemplo de Mônaco, é daquelas pistas em que as chances de uma surpresa costumam ser real e por isso mesmo, Alonso espera recolocar a Aston Martin nos trilhos depois de falhar em pistas de alta velocidade como na Áustria e na Inglaterra, que não combinam com as características de seu carro. Mas essa F1 está tão imprevisível da Red Bull para trás que não dá para descartar e nem apostar nada. Apenas ficar na expectativa de que esse teste da Pirelli possa tornar a corrida uma loteria. E nessa, pode sobrar até para a Red Bull.
Além de tudo isso, os holofotes estão também voltados para Daniel Ricciardo que retorna à F1 como titular, agora na Alpha Tauri, substituindo o demitido Nyck de Vries. Um desafio e tanto para o australiano que estava parado desde o final do ano passado quando foi demitido da McLaren por maus resultados.