POLE POSITION

Verstappen correrá para bater recordes

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 27-08-2023 09:31 | 1569
Verstappen pode igualar a Vettel amanhã como os únicos a vencer 9 corridas consecutivas
Verstappen pode igualar a Vettel amanhã como os únicos a vencer 9 corridas consecutivas Foto: F1

A F1 está de volta ao batente depois das férias de agosto e daqui até Abu Dhabi no dia 26 de novembro, serão dez corridas em 14 semanas. Será pauleira para um campeonato que praticamente já tem o campeão definido, ou melhor, um novo tricampeão, Max Verstappen. Com 125 pontos à frente do companheiro Sergio Perez que à essa altura não oferece mais perigo (nunca ofereceu) e tenta se reencontrar de uma primeira parte de campeonato que só foi boa para o mexicano nas duas primeiras corridas, a questão é saber onde Verstappen vai carimbar o título. Há quem aposte em Singapura, daqui a três corridas.

Mas isso não quer dizer que a temporada acabou. Pelo contrário. Tem muita coisa ainda para acontecer. Então, deixemos Verstappen de lado, apesar de neste final de semana ele estar correndo em casa, diante de uma eufórica torcida vestida com a cor laranja, onde venceu nos dois últimos anos desde o retorno do GP da Holanda ao calendário da F1 depois de uma longa pausa de 35 anos. Mais à frente falaremos sobre a corrida deste domingo, em Zandvoort.

A disputa pela condição de segunda força da temporada segue indefinida. A Aston Martin começou o ano como a sensação do campeonato, mas aos poucos foi perdendo força, embora Alonso tenha acumulado uma gordurinha que ainda o mantém na terceira posição do campeonato, mas agora seriamente ameaçado por Lewis Hamilton (149 a 148). Por falar em Hamilton, a demora em oficializar a renovação de seu contrato com a Mercedes tem deixado muita gente com a pulga atrás da orelha, mas fontes dizem que o acordo depende apenas de detalhes extra pista, como as questões de marketing as quais os pilotos são obrigados a cumprir por questões contratuais, e Hamilton estaria negociando com Toto Wolff uma menor participação presencial nessas apresentações. A duração do contrato parece estar resolvida, e outra questão que também pode estar emperrando a assinatura é o que Hamilton fará depois que decidir deixar as pistas. Que tipo de participação ele teria na Mercedes que sempre o apoiou em suas causas contra o racismo, o preconceito e pela inclusão da diversidade no esporte, além de questões ambientais? Esse será um dos tópicos de discussão.

A Mercedes cresceu no campeonato, a Ferrari vive uma maré de altos e baixos, e a McLaren chegou para alegrar a festa com a evolução dos carros de Lando Norris e Oscar Pastri desde a introdução do novo pacote de atualizações a partir do GP da Inglaterra. Esse pelotão é o que vai manter viva a disputa da F1 nesta segunda metade do campeonato, sem contar a luta pelo vice-campeonato de pilotos. Pode parecer pouco para quem gosta de ver apenas disputa pelo primeiro lugar, mas Verstappen causou um ‘estrago’(?!) tão grande e irreparável que não tem mais conserto. “Max faz parecer que apenas ele corre de F1 e os demais com carros de F2”, ilustrou George Russell após o GP da Hungria. Então é o que temos: Disputa pela condição de segunda força da temporada - já que a Red Bull está anos luz na frente -, e pelo vice campeonato de pilotos entre Perez, Alonso, Hamilton, Russell e a dupla da Ferrari, Leclerc e Carlos Sainz.

Mas será interessante também testemunhar a história sendo escrita por Verstappen diante de nossos olhos, assim como vimos Senna e Schumacher escreverem as suas, tal qual Hamilton que ainda tem capítulos a serem escritos. Tamanha vantagem não fará Verstappen tirar o pé do acelerador. O holandês é do tipo que não se dá por vencido. Se ninguém o desafiar, ele será o seu próprio adversário e irá buscar todos os recordes que estiverem ao seu alcance. Se vencer amanhã, o holandês iguala com Sebastian Vettel como os únicos a vencerem 9 corridas consecutivas na F1.

Este será o 33º GP da Holanda, um caso raro de Grande Prêmio que fez parte do calendário da F1 de 1952 a 1985, e agora desde 2021, todos disputados numa mesma pista, o Circuito de Zandvoort construído entre dunas de areia às margens do Mar do Norte, e que agora tem um traçado muito mais seletivo e difícil de ultrapassar, mas que voltou a fazer parte do calendário da F1 graças à alavancada que Verstappen deu em seu país. A pista é uma prova de fogo para os pneus que sofrem enorme estresse com as forças verticais com a velocidade e a inclinação das curvas 3 e 14. Hoje tem a classificação às 10h e a corrida amanhã no mesmo horário.