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Paraíso necessita de ampliação geral do sistema, diz gerente regional da Copasa

Por: Ralph Diniz | Categoria: Política | 18-10-2023 11:05 | 1431
Sérgio Luiz Rezende, gerente regional da Copasa em São Sebastião do Paraíso
Sérgio Luiz Rezende, gerente regional da Copasa em São Sebastião do Paraíso Foto: ASSCAM/Helena Lage Tallmann

O gerente regional da Copasa em São Sebastião do Paraíso, Sérgio Luiz Rezende, disse que estão nas mãos da diretoria da Copasa alguns pleitos que contemplam obras no município paraisense. “Paraíso já necessita de uma ampliação geral do sistema”, afirmou. Salientou também que há um plano emergencial para atendimento ao Jardim Diamantina e bairros nas imediações. Foi enfático em afirmar que não haverá falta de água como tem ocorrido, e que eventualmente poderá acontecer no máximo por meio dia.

A convite do vereador Juliano Carlos Reis (Biju), o gerente regional da Copasa compareceu à sessão da Câmara, segunda (16). A princípio seria para explicar sobre a falta de água que com frequência tem ocorrido no Jardim Diamantina, e a construção de elevatória. No entanto, questionado por vereadores ele foi mais abrangente.

“Antes de entrarmos no tópico principal, por oportuno e aproveitando a presença da equipe da Copasa, gostaria de saber sobre alguns assuntos sobre desenvolvimento sustentável, para esclarecermos dúvidas da população”, disse o vereador Biju. Ele apresentou vídeo gravado domingo passado, onde há a captação pela empresa no Rio Santana, mostrando águas avermelhadas e pouco volume. “O que a Copasa tem feito para garantir água para as próximas gerações, vai haver escassez, há um plano capaz de atender ao crescimento de consumo, quanto tempo o Santana poderá suprir às necessidades, tendo em vista o crescimento da cidade”, questionou Biju.

“Falando em recurso sustentável, passo o que vivenciei antes de chegar a Paraíso. Morei por 25 anos trabalhando no Vale do Jequitinhonha, e pude perceber em diversas incursões que fiz pelo vale, muitos rios secos. A Copasa tem grande dificuldade de buscar águas de mananciais de superfície, e até mesmo de subterrâneo para poder distribuir à população. São quilômetros e quilômetros de adutoras feitas, porque lá a dificuldade é outra. Aqui é uma região privilegiada com muitos rios e temos o Aquífero Guarani bem próximo da gente”, afirmou Sergio Rezende.

“Há pouco tempo perfuramos um poço na captação no Pilões, e ainda não realizamos o teste de vazão, mas ele já produz 50 litros por segundo, além de três mananciais, sendo duas captações no Córrego Liso com Pilões, são duas barragens pequenas, que recalcam para a estação de tratamento e a outra no Córrego Santana, responsável por 70% de nossa produção”, e contamos também com o Aquífero Gurani que está bem próximo. Acredito que nos próximos 20, 30 anos, Paraíso não terá problema de desabastecimento por falta de produção”, complementa.

A troca de hidrômetros pela Copasa que gerou reclamações de consumidores foi outro tema abordado por Biju. O gerente regional justificou tratar-se de uma política da empresa em todo o Estado de Minas. Tecnicamente, explicou “que todo equipamento acima de oito anos não tem a mesma performance, e não mede o que realmente está passando por ele. A partir do momento em que se instala o novo medidor a vasão do consumo será medida, e pela medição correta do consumo pode ser que aumente a fatura, mesmo por quê há uma tabela progressiva.

O vereador Sérgio Aparecido Gomes lembrou que no contrato entre Copasa e o Município há cláusulas a serem cumpridas de ambas as partes, dentre elas a da Copasa prestar contas do valor arrecadado com o tratamento de água e esgotamento sanitário, no entanto esta informação não é prestada. Serginho aponta ainda a responsabilidade da empresa em dar suporte ao consumidor, prevista na Constituição Federal, por tratar-se de serviço essencial. “O fornecimento deve ser adequado e contínuo e eventuais desabastecimentos devem ter ampla publicidade”.

“Fizemos inúmeras denúncias ao Ministério Público sobre falta de água. O problema atual é na parte baixa da cidade. Em 2021 foi assumido compromisso pela Copasa em ao menos mitigar o problema, mas o problema continua e protocolamos novas reclamações junto ao MP. Água é cara para o consumidor. Há algo emergencial para sanar o problema no Diamantina”, questionou Serginho

O gerente da Copasa disse que há dois trabalhos perante a direção da empresa. Paraíso já necessita uma ampliação geral do sistema. Há necessidade de levantamento por empresa especializada para se saber reservatórios que necessitam ser implantados, qual volume e em quais bairros. Paraíso já está contemplada com a execução dos projetos, afirmou. “Provavelmente terá início em novembro. Fazemos reuniões mensais com a unidade de projetos, são vários demandados, e um deles é a ampliação do sistema de abastecimento de água, é algo a médio prazo”, salienta.

A curto prazo, segundo Sérgio Rezende, há outra linha de abastecimento que sai de linha de recalque, saindo da unidade de tratamento na avenida Wenceslau Brás, e leva até o reservatório metálico apoiado, no bairro Coolapa, com quatro milhões de litros. Existe uma adutora de 200 milímetros saindo desse reservatório até o reservatório no Mediterranèe. Fizemos solicitação e recursos estão disponibilizados e sendo adquiridos tubos para executar adutora, saindo do Mediterranèe até a entrada do Jardim Diamantina. Como é somente assentar tubos, conseguimos fazer até com equipe própria, disse.

Com as providências curto prazo, o gerente da Copasa assegura não mais haverá falta de água no Jardim Diamantina e bairros próximos. Poderá ocorrer eventualmente por meio dia, mas definitivamente até junho do próximo ano, o problema estará resolvido.

O vereador Biju sugeriu se firmar um compromisso e solicitou fosse registrado em ata, que conforme informou o gerente regional da Copasa, até junho do próximo ano as obras para atender à demanda de moradores do Jardim Diamantina estarão concluídas. Que até serem concluídas não haverá desabastecimento, e, por parte do setor de comunicação a Copasa disponibilize canais para receber demandas e informar consumidores.

“Estamos trabalhando para que não ocorram desabastecimentos principalmente em finais de semana como têm acontecido. Poderão ocorrer de formas pontuais, caso haja problemas maiores em redes grossas”, ressalvou Sérgio Rezende.