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F1 tem um desafio pela frente: manter o interesse do público

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 21-10-2023 04:00 | 980
Um dos desafios da F1 será manter o interesse do público com os campeonatos decididos
Um dos desafios da F1 será manter o interesse do público com os campeonatos decididos Foto: Divulgação

Faltando ainda cinco corridas para o encerramento da temporada, os promotores de cada uma delas, e principalmente os donos da Liberty Media, têm um desafio pela frente em manter o interesse do público com os campeonatos de pilotos e de construtores já definidos em favor de Max Verstappen e da Red Bull, respectivamente.

Neste final de semana tem o GP dos EUA, no Circuito das Américas, em Austin, que no ano passado recebeu um público recorde até então de 440 mil pessoas nos três dias, marca que foi batida este ano pelos australianos que lotaram as arquibancadas de Melbourne com 444,631 mil pessoas na terceira etapa do campeonato. A programação desta vez conta com a primeira corrida sprint sendo realizada na pista texana, mas para o presidente do Circuito das Américas, Bobby Epstein, o fato de Verstappen e a Red Bull já terem vencido seus campeonatos, não afeta o público que deverá estar presente nas arquibancadas e nos hospitality center. “A maioria dos nossos ingressos já foram vendidos antes do início do campeonato, então não afeta muito. Provavelmente pode afetar mais as audiências de TV do que a venda de ingressos”, disse em entrevista à revista norte-americana Racer.

E ele tem razão. Por aqui não é diferente. As vendas dos ingressos para o GP de São Paulo em Interlagos que acontece no próximo dia 5 de novembro começaram a ser vendidos em dezembro do ano passado e esgotaram em poucos dias, formando filas de espera na internet para os outros lotes que foram sendo colocados à venda.

O bom de estar na parte final do calendário é a chance de ver o campeonato nos momentos mais decisivos, como no épico 2021. O lado ruim é quando a disputa chega definida com muita antecedência, como agora. Para os fãs de carteirinha da F1, que olham para a competição como um todo, isso não afeta em nada. Está em jogo a disputa pelo vice-campeonato de pilotos com Sergio Perez que não vive grande momento e corre o risco de perder a disputa para Lewis Hamilton - 30 pontos separam os dois -, assim como o crescimento da McLaren que pode desbancar a Aston Martin do 4º lugar no Mundial de Construtores depois de a equipe de Fernando Alonso começar a temporada como segunda força enquanto a McLaren sequer tinha carro para passar do Q1 nas classificações. A Ferrari também luta contra a Mercedes pelo vice-campeonato de Construtores com apenas 28 pontos separando as duas. Lá no fundão, Alfa Romeo e Haas estão numa briga de foice pela 8ª posição entre as equipes. Pode parecer pouco, mas cada posição no Mundial de Construtores vale dezenas de milhões de dólares e no Catar a Alfa Romeo superou a Haas que corre em casa neste final de semana trazendo atualizações em seus carros.   

Para esse público apaixonado pela F1 sempre haverá algum interesse em continuar assistindo às corridas que restam. O alvo dos promotores e da Liberty Media, dona da F1, são aqueles que olham apenas para quem está em primeiro lugar, e aí não há muito o que se ver. Em Austin há vários shows musicais durante o final de semana do GP dos EUA. É uma das estratégias adotadas para levar tanta gente ao Circuito das Américas que está no calendário da F1 desde 2012, a exceção foi 2020 quando a prova não foi realizada por conta da pandemia.

O Circuito das Américas com 5.513 metros é uma pista ‘completa’ nas palavras de Mario Isola, chefe da Pirelli, com níveis de downforce (pressão aerodinâmica) que vão de média a alta, com a Curva 1 para a esquerda no topo de uma subida de 22 metros de altitude percorrida em 200 metros, o que torna a largada interessante com os pilotos buscando a melhor trajetória para contorná-la. É um ponto crítico onde muitas vezes se ganha ou perde posições com grandes chances de algum enrosco entre os adversários que chegam todos juntos. O asfalto que foi recapeado no ano passado não ficou bom e continua com muitas ondulações.

Se somarmos todas as incursões que a F1 já fez em território norte-americano, já são 75 Grandes Prêmios em 11 lugares diferentes. Só neste ano são três corridas: o GP de Miami realizado em maio, o deste fim de semana, e o megaevento que está sendo preparado para corrida de sábado à noite nas ruas de Las Vegas em 18 de novembro.

Devido à sprint, a programação do GP dos EUA terá horários diferentes. A classificação para a corrida de domingo foi realizada na noite de ontem. Hoje tem a mini definição do grid às 14h30 e a minicorrida com largada às 19h. A corrida de amanhã terá largada às 16h.