"É algo que alguns anos atrás não passava de um sonho", reflete o colunista do Jornal do Sudoeste Sérgio Magalhães, com a certeza de quem conquistou seu lugar na cobertura de um dos eventos mais cobiçados do automobilismo mundial: o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. Pela sexta vez, o jornalista se prepara para trazer para os leitores do “JS” as emoções e os bastidores do circuito de Interlagos, neste fim de semana, com a corrida acontecendo no domingo, dia 5.
Representando o bissemanário paraisense, Magalhães destaca o privilégio de estar ao lado de grandes nomes do jornalismo em um evento global. "Ano passado, o ‘JS’ era o único jornal de Minas credenciado na sala de imprensa em Interlagos", conta ele, orgulhoso.
Com a credencial em mãos, Sérgio descreve seu ofício meticuloso durante os dias que precedem a corrida: observar os treinos livres para captar a essência da velocidade, redigir matérias detalhadas, e trocar impressões com colegas de profissão. "A olho nu, você tem uma dinâmica que as imagens de TV não traduzem", argumenta ele sobre a importância de presenciar os treinos in loco.
O jornalista relembra o início de sua paixão pela F1, que surgiu em um momento trágico da história da categoria, mas que foi fortemente influenciada pela série animada Speed Racer e pelos "rachas" em carrinhos de rolimã da sua infância. “Minha história com a F1 começa em 1978, GP da Itália, uma corrida infelizmente marcada pela tragédia com a morte do sueco Ronnie Peterson, um dos grandes pilotos da época, em consequência de um acidente múltiplo na largada. Mas longe de o acidente ter sido a causa de meu interesse pela F1. É que aquela foi a primeira corrida que assisti”.
Foi essa mistura de fascínio e adrenalina que o levou a seguir a jornada de cobertura automobilística. "Eu sempre gostei de escrever sobre F1", revela ele, citando o amigo Cândido Garcia, comentarista de Fórmula 1 da Rádio Bandeirantes, que via todo jornalista de automobilismo como um "piloto frustrado", algo com o qual Sérgio concorda em tom bem-humorado.
A memória mais vívida de sua carreira foi a cobertura de 2016, a primeira in loco, marcada pelo episódio emocionante da despedida de Felipe Massa da F1. Sérgio descreve o respeito e a admiração daquele dia, quando mecânicos e jornalistas prestaram uma homenagem ao piloto brasileiro. “Eu cheguei a Interlagos meio que perdido, pensando: ‘o que eu vim fazer aqui’? Mas foi tão legal, tudo fluiu tão naturalmente que deixou uma lembrança muito gostosa. E fui agraciado por aquela ter sido uma corrida memorável em Interlagos. Choveu barbaridade antes da largada. O Massa acabou batendo na entrada dos boxes e ao retornar a pé, os mecânicos de todas as equipes fizeram uma espécie de cordão, aplaudindo Massa enrolado à Bandeira Nacional. Foi um momento marcante e cercado de muita emoção”.
No campo das relações pessoais, o jornalista menciona a oportunidade única de conhecer figuras proeminentes da F1, gradualmente deixando de ser "um estranho no ninho". Hoje, é reconhecido por outros jornalistas e personalidades do meio, o que demonstra o respeito conquistado ao longo de sua trajetória.
Para o GP deste ano, as expectativas de Magalhães são altas. Com os títulos de pilotos e de construtores já definidos, ele acredita em uma atmosfera mais descontraída e em disputas acirradas, apoiadas pela natureza do circuito de Interlagos, que favorece ultrapassagens e corridas emocionantes. Ele destaca a possibilidade de surpresas, semelhantes à pole position da Haas no ano passado, realçando a imprevisibilidade do esporte. Ele também ressalta que o grid atual é um dos melhores desde a geração do “quarteto fantástico” formado por Ayrton Senna, Alain Prost, Nelson Piquet e Nigel Mansell.
Quando questionado sobre seus heróis na pista, Sérgio não hesita em nomear Ayrton Senna como o maior de todos os tempos, mas também expressa grande admiração por Lewis Hamilton, britânico sete vezes campeão do mundo, por sua capacidade e atitude dentro e fora das pistas. “Tenho grande admiração por Lewis Hamilton não só por sua capacidade, mas também por suas lutas e personalidade. Num ambiente extremamente egoísta, o Hamilton nunca exigiu exclusividade de sua equipe. Ele sempre permitiu a igualdade de tratamento ao companheiro de equipe e nunca vetou a contratação de alguém que viesse a ser seu adversário. Está aí George Russell que não me deixa mentir”, comenta o colunista.
Sérgio Magalhães também comenta o fato de Hamilton ser o piloto favorito de boa parte dos torcedores do País. Segundo ele, além da idolatria declarada do heptacampeão a Senna, a falta de um brasileiro no grid contribui para a preferência pelo inglês. “O brasileiro ficou órfão de piloto na F1 depois da aposentadoria de Felipe Massa, e viu no Hamilton, principalmente depois daquele gesto de pegar a bandeira do Brasil em 2021, como o Senna fazia, alguém que se identifica com o espírito guerreiro como o próprio Senna tinha”, explica,
E sobre o futuro do Brasil na F1, Sérgio é cauteloso, mas otimista, destacando dois pilotos de categorias inferiores como promessas. “Ainda é cedo para afirmar que voltaremos a ter um novo brasileiro campeão mundial. Vejo isso como algo muito distante. Mas surgiu uma luz no fim do túnel com Felipe Drugovich, campeão da F2 no ano passado e desde então um dos pilotos reserva da Aston Martin, e Gabriel Bortoleto, que venceu neste ano o campeonato da F3 e já foi recrutado na academia de formação de pilotos da McLaren, tendo Fernando Alonso como um grande apoiador”, conclui.
O Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 acontece no domingo, 5, às 14h e será transmitido na TV aberta pela Band. As informações e curiosidades da corrida serão publicadas pelo Sérgio Magalhães no portal www.jornaldosudoeste.com.br com informações desde preparativos para a corrida, e também em sua coluna no Jornal do Sudoeste na próxima semana.