POLE POSITION

Bastidores do GP de São Paulo

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 12-11-2023 09:01 | 872
A banca de frutas, novidade deste ano que agradou a todos no paddock de Interlagos
A banca de frutas, novidade deste ano que agradou a todos no paddock de Interlagos Foto: Sergio Magalhães

Antes da tempestade assustadora atingir Interlagos causando danos e transtornos pela cidade de São Paulo onde milhares de pessoas ficaram vários dias sem energia elétrica, a reportagem do Jornal do Sudoeste esteve presente na coletiva de imprensa em que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou a extensão do contrato para a manutenção do GP de São Paulo até 2030, em Interlagos. O atual contrato vai até 2025, mas diante da procura de vários países por uma vaga no calendário, não valia o risco de deixar a renovação para a última hora. Mas lamentavelmente ao final do evento no domingo, torcedores invadiram a pista antes que todos os carros estivessem retornados aos boxes, o que é totalmente proibido pela Federação Internacional de Automobilismo. Vídeos que circularam pela internet de seguranças que tentavam manter a ordem sendo agredidos por alguns invasores, tornam a situação mais grave, o que levou a FIA a exigir dos organizadores do GP de São Paulo um plano rigoroso contra invasão de pista que deverá ser apresentado até janeiro do ano que vem.

A invasão de pista ao final da corrida é tradicional em alguns lugares, como em Monza e Melbourne. Em Interlagos de alguns anos para cá tem se tornado corriqueiro, o que é legal desde que feito de forma segura e não como aconteceu no último domingo. A falta de paciência por esperar o momento certo, provavelmente deve ter decretado o fim das invasões de pista por aqui.

Por outro lado, o Interlago recebeu público recorde em se tratando de F1 no Brasil. Na mesma coletiva, Ricardo Nunes falou das 235 mil pessoas que foram ao autódromo ano passado, e da expectativa de um número ainda maior esperado para os três dias, ao mesmo tempo em que salientava não haver mais como aumentar a capacidade de Interlagos por falta de espaço. Pouco antes da largada, a F1 divulgou que 267 mil pessoas passaram pelas catracas eletrônicas que dão acesso ao autódromo nos três dias de evento. O recorde de público na F1 foi batido este ano na Austrália com 444,631 mil pessoas nos três dias em Melbourne.

Interlagos estava muito diferente este ano, e para melhor, diga-se. Muitas melhorias foram feitas ainda para o The Town, o festival de música realizado em setembro. A área do estacionamento interno do autódromo ganhou asfalto e grama artificial onde antes virava lamaçal em dias de chuva. Na sala de imprensa, entre lanchinhos, variedades de bolos e até canja foram servidos aos jornalistas e fotógrafos, mas o grande barato gastronômico estava no paddock (área atrás dos boxes) onde pela primeira foi vez instalada uma tentadora banca de frutas que virou parada obrigatória para integrantes das equipes, jornalistas e Vips se deliciarem. Havia uma espécie de mini padaria servindo vários tipos de pães de queijo, além de um bar inaugurado no ano passado que continuou servindo comida de boa qualidade. E tudo na faixa, ou no melhor estilo da gíria, 0800.

Na pista, Interlagos recebeu pela terceira vez o formato sprint - foi a última do ano -, e provavelmente o derradeiro em que a classificação para a corrida principal acontece na sexta-feira. É controverso essa obsessão da F1 pelas corridas sprint, algo que só deu certo em Interlagos por conta do traçado da pista. Nas outras 9 que foram realizadas em lugares diferentes, nenhuma justificou o formato. A maioria dos pilotos e fãs são contra - Max Verstappen, vencedor de 7 delas, é detrator do final de semana de sprint. Mas há uma insistência em mantê-las no calendário e para isso precisa ser mudado antes que deteriore de vez. É provável que a partir de 2024 a classificação para o grid da sprint passe para a sexta-feira, e o sábado fique destinado à sprint pela manhã com a classificação do grid da corrida principal do domingo, tradicionalmente no sábado à tarde.

Max Verstappen venceu a sprint, no domingo largou da pole e venceu o GP de São Paulo pela 2ª vez, acumulando 52 vitórias na carreira, e a 17ª no ano, derrubando um dos recordes mais antigos da história da F1, que durou longos 71 anos quando o italiano Alberto Ascari venceu 75% das corridas de 1952. A marca de Verstappen já é de 77,27% de vitórias em 2023, marca que pode aumentar já que restam outras duas provas para o encerramento da temporada. E a grande atração da corrida foi a disputa entre Fernando Alonso que cruzou a linha de chegada com 0s053 à frente de Sergio Pérez pelo 3º lugar.