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Dança das cadeiras na F1 será intensa em 2024

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 10-12-2023 04:58 | 1609
Apesar de ter causado muitos prejuízos, Logan Sargeant ganhou uma segunda chance na Williams
Apesar de ter causado muitos prejuízos, Logan Sargeant ganhou uma segunda chance na Williams Foto: Williams / Divulgação

Logan Sargeant vai continuar na Williams no próximo ano. Ele foi confirmado na semana passada e era a única vaga que estava indefinida. Assim, pela primeira vez na história da F1 as equipes vão começar a próxima temporada com a mesma formação de pilotos que terminou em 2023.

Mas é preciso tirar o chapéu para James Vowles. Quem me acompanha pelas redes sociais deve ter lido o comentário que fiz a respeito do novo chefe da Williams que tem se destacado desde que assumiu o comando da equipe, oriundo da Mercedes, que veio com o propósito de colocar a tradicional equipe inglesa nos trilhos. Vowles disse num momento turbulento em que Sargeant quis andar mais que o carro e passou a cometer mais erros e acidentes diante da (quase) iminência de perder a vaga, que o norte-americano não teve a preparação ideal que precisava para estrear na F1 com apenas poucos quilômetros de testes que fez na pré-temporada. Sua fala teve um fundo psicológico, passando tranquilidade ao piloto e dando a entender que enxergava nele algum potencial em meio aos erros.

A Williams fez um bom campeonato com os pontos somados por Alex Albon (13º colocado com 27 pontos) e terminou o ano na 7ª posição entre os Construtores com 28 pontos, à frente de Alpha Tauri, Alfa Romeo e Haas. Sargeant não entregou nada, diga-se, o único ponto que somou veio das desclassificações de Hamilton e Leclerc no GP dos Estados Unidos que o promoveu da 12ª para a 10ª posição na corrida. A Williams foi a equipe que mais teve gastos com acidentes, cerca de US$7,11 milhões, e Sargeant deu prejuízo de US$4,3 milhões.

A permanência de Sargeant, que está muito mais ligada ao marketing pela nacionalidade norte-americana num momento de expansão da F1 nos Estados Unidos, do que dinheiro que leva para a Williams, é uma aposta de risco e só o tempo dirá se a extensão de seu contrato foi certa ou não. Mas não deixa de ser louvável o lado humano e a sinceridade de Vowles, coisa rara de se ver no ambiente competitivo como o da F1 onde por muito menos se dispensa pilotos, ou os expõe a humilhações como Helmut Marko cansou de fazer com Sergio Pérez na Red Bull.

Mas se a turma de 2023 será a mesma de 2024, prepare-se que a dança das cadeiras vai ferver na próxima temporada. Nada menos que 14 pilotos terão seus contratos vencidos no final do ano que vem, equivalentes a 73,6% do grid. As exceções são Verstappen, Hamilton, Russell, Norris e Piastri. Stroll não entra na lista porque é filho do dono da Aston Martin. Já Alonso, Sainz, Ocon, Gasly, Bottas, Zhou, Magnussen, Hulkenberg, Albon, Sargeant, Tsunoda, Ricciardo, Leclerc e Pérez vão ter que negociar.

A vaga de Pérez será a mais cobiçada e dificilmente o mexicano permanecerá na Red Bull, a menos que faça a temporada de sonhos, e ainda assim tenho lá minhas dúvidas se será suficiente para continuar como companheiro de Verstappen. Pérez terminou o ano como vice-campeão, mas suas atuações ficaram muito abaixo do que se esperava com um carro tão bom quanto o RB19 que estraçalhou os adversários nas mãos de Verstappen. 

Por outro lado, quanto antes as negociações entre equipes e pilotos se concretizarem, mais tranquilidade terão no desenrolar do campeonato. É o caso da Ferrari, que segundo o sempre bem informado jornal “La Gazzetta dello Sport” sobre assuntos relacionados à escuderia italiana, o novo contrato de Leclerc já foi assinado por mais 5 anos, e com um aumento irrecusável para o monegasco, passando dos atuais US$25 milhões para US$50 milhões até o final do acordo em 2029.