ESCOLA MUNICIPAL IBRANTINA AMARAL

Projeto: “Um rolê pela matemática”

Por: . | Categoria: Educação | 13-12-2023 09:52 | 1173
Foto: Reprodução

A Matemática, como define os dicionários, é a ciência das grandezas, das quantidades e dos números. Utilizada pelos homens há milhares de anos, é essencial para as áreas científicas e engenharias. Mas, não se limita a tais campos: a Matemática está em todo lugar. Desde os objetos, obras de arte, carros, celulares e computadores, tanto na construção da sociedade como na forma que o mundo é compreendido. Isso porque, o pensamento matemático é necessário para entender e desvendar padrões naturais, paisagens e espécies da natureza - inclusive a humana - até o ritmo que nossos pés tocam o solo, tudo depende dela, como se a própria natureza se comunicasse usando essa linguagem universal. Já dizia Galileu Galilei: “O universo está escrito em linguagem matemática.”

Para mostrar o extenso e incrível universo das possibilidades matemáticas, foi idealizada pela professora Rosângela Gonçalves Barros, juntamente com as turmas do 8º e 9º anos vespertino da Escola Municipal Ibrantina Amaral, uma feira de conhecimentos, norteada, principalmente, pela contextualização da Matemática nos diversos conteúdos, para formar o cidadão, como também, valorizar a relação ensino aprendizagem e o desenvolvimento da capacidade dos dicentes para a aplicação de métodos científicos e resolução de problemas.

O ponto de partida, foi explorar o trabalho de Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan e através de sua biografia e da leitura do livro “O homem que calculava”, de sua autoria, os alunos começaram a perceber a Matemática de uma forma mais leve e interessante. Para vivenciar na prática, o estudo em sala de aula, foi realizada uma excursão à USP de São Paulo para uma visita ao evento “Virada Malba Tahan” promovido pela universidade em comemoração ao dia da Matemática, 6/5 (data de aniversário de Júlio César)” salienta a professora Rosângela.

Nesse evento os alunos puderam ver mais de perto a fascinação que a Matemática pode causar quando tratada de uma forma mais leve e lúdica.

A partir daí foi proposto aos alunos que se dividissem em grupos para descobrir um pouco mais sobre a história da Matemática, seus filósofos e suas filosofias. Com o estudo concluído, as atividades foram divididas da seguinte maneira: a turma do 8º ano iniciou os trabalhos contando a história da Matemática, desde o surgimento dos primeiros símbolos de registros numéricos, os primeiros sistemas de numeração: babilônico, egípcio, romanos, a evolução dos algarismos indo-arábicos e o nosso sistema de numeração até a chegada de Arquimedes conhecido como “Pai da Geometria”.

Nessa mostra, também trariam para os colegas tudo o que aprenderam sobre o Professor Júlio Cesar e seus desafios, bem como a importância dos números primos, desvendado por Arquimedes, na crip-tografia e senhas de segurança muito utilizadas nos sistemas de informação. Já os alunos do 9º ano, dariam continuidade à mostra trazendo a história e as contribuições matemáticas de grande importância ainda hoje de filósofos como Platão (sólidos platônicos), Talles de Mileto (Teorema de Tales) e Pitágoras de Samos (Teorema de Pitágo-ras).

Além de compreenderem a construção desses teoremas à época em que foram pensados, puderam perceber a importância deles até hoje. Ainda nesse contexto, trouxeram a história da evolução dos sistemas de medidas bem como uma mostra de instrumentos de medidas usados no passado como a ampulheta e o relógio de sol. Demonstraram medidas como partes do corpo do rei (pés, braça, côvado, palmo...). E para não deixar o lúdico de fora também trouxeram a Mágica da Matemática em brincadeiras demonstrando que esse conteúdo é repleto de magia e fascinação.

A feira de conhecimentos foi realizada em duas edições, sendo a primeira no turno vespertino dia 16/11/2023 e no turno matutino no dia 01/12/2023 e contou com a participação dos alunos do 3º ano vespertino da professora Elane Silva de Oliveira e dos alunos do 7º ano vespertino com o professor Pedro Dutra da Silva Júnior. A turma do 3º ano contou a história do Tangran, um quebra-cabeça chinês, muito usado nas aulas de Matemática, é uma excelente ferramenta para desenvolver o raciocínio lógico e a criatividade.

Brincar com ele, exercita o pensamento rápido, cultiva as boas ideias e, principalmente, a paciência. Foi com esta proposta, que os alunos desenvolveram, nas aulas, o trabalho com o Tangran, conhecendo suas formas geométricas, usando a imaginação para construir novas formas. Já os alunos do 7º ano, apresentaram uma planta e uma maquete da escola, utilizando materiais recicláveis, demonstrando na prática o estudo realizado em Geometria: figuras planas, área, perímetro, volume cúbico, triângulo e circunferência.

A exposição foi aberta a comunidade e foi engrandecida com a presença das famílias, dos alunos, professoras e coordenadora da Escola São José, dos professores e alunos do Centro Educacional “Alcides de Paula Braga” de Monte Santo de Minas, e das assessoras pedagógicas Lívia Passos e Elenir Novaes representando a Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com a professora Rosângela, através dos trabalhos desenvolvidos, os estudantes tiveram maior chance de ampliar seus raciocínios, rever suas concepções e superar suas dificuldades. Passaram a perceber a Matemática como uma construção sócio-histórica, impregnada de valores que influenciaram e influenciam a vida humana, aprenderam a valorizar a criação do saber de forma ampla e diversificada e a entender a evolução da natureza criativa, humana e estética da Matemática.