A Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso, em sessão extraordinária realizada na quinta-feira, 14, votou e aprovou por unanimidade o Projeto de Lei Nº 5565. A medida autoriza o município a desafetar uma parte de terreno de propriedade municipal no Jardim Diamantina, que até então possuía uso institucional.
O propósito do projeto, conforme explicitado pelo Executivo Municipal, é a construção de unidades habitacionais de interesse social. A área, que estava em desuso, agora será transformada em patrimônio disponível do município, permitindo assim sua utilização para fins que não sejam exclusivamente institucionais. A área mede 17.200,44 metros quadrados e está situada na Quadra N1 do referido bairro.
No projeto de lei enviado ao Legislativo, a Prefeitura destacou a existência de uma demanda reprimida por moradias no município, principalmente entre famílias de baixa renda com dificuldades em obter financiamento imobiliário. A desafetação deste terreno oferece a oportunidade para a construção de moradias populares, atendendo a essa necessidade. Além disso, há planos para um contrato com a Caixa Econômica Federal visando a execução deste projeto habitacional.
A justificativa do projeto também inclui a informação de que a desafetação do terreno não acarretará prejuízos para a população local. A região do Bairro Jardim Diamantina já conta com infraestrutura adequada, incluindo uma área institucional em funcionamento, um complexo educacional em construção, uma Unidade Básica de Saúde e praças urbanizadas. A medida visa, portanto, otimizar o uso do espaço urbano em benefício da população que necessita de moradia acessível.
Na discussão sobre o PL, o presidente da Câmara, José Luiz das Graças, refletiu sobre os desafios históricos e os avanços recentes na questão das moradias populares em São Sebastião do Paraíso. Ele relembrou uma situação anterior em que havia 428 unidades habitacionais disponíveis, mas, segundo ele, o gestor da época não demonstrou interesse em desenvolver o projeto de casas populares, especialmente apartamentos, devido à suposição de que as pessoas não se adaptariam a esse tipo de moradia.
Das Graças enfatizou a importância de utilizar terrenos ociosos da prefeitura para a construção de moradias, destacando a necessidade de atender famílias assoladas por aluguéis elevados. "É importante dizer que esse é mais um passo que está sendo dado. Temos famílias que ganham um salário-mínimo e não podem pagar um aluguel de R$700, R$800", afirmou ele, ressaltando que a iniciativa não é apenas uma bandeira sua, mas de todos os vereadores e do prefeito, comprometidos com a responsabilidade de viabilizar moradias populares na cidade.
O presidente da Câmara reconheceu que, embora as unidades disponíveis sejam limitadas nesse primeiro momento, a aprovação do projeto representa um avanço significativo. Das Graças expressou confiança na habilidade do prefeito de negociar com os governos estadual e federal para a liberação de mais unidades de moradia popular, caso haja disponibilidade. Ele também abordou a necessidade de corrigir irregularidades passadas, elogiando o Poder Executivo por atender às demandas atuais, o que possibilitou a apresentação do projeto à Câmara.
À reportagem do Jornal do Sudoeste, o prefeito Marcelo Morais destacou a importância dessa aprovação para o avanço na iniciativa de construção de casas populares em São Sebastião do Paraíso. Segundo ele, com a desafetação do terreno, o município alinha-se às exigências do Ministério das Cidades para a realização do projeto habitacional. “Essa aprovação coloca o município em posição favorável para negociar com o governo federal a construção de moradias populares. A gente acredita que serão construídas de 90 a 135 moradias, atendendo a demanda local por casas acessíveis”, diz.
Além disso, o prefeito expressou otimismo quanto ao início da construção, previsto para o começo do próximo ano, após a formalização de um convênio que está sendo negociado com a Caixa Econômica Federal. Ele também salientou que os critérios para a distribuição das casas serão definidos pela Caixa, com o município atendendo a todas as exigências e protocolos necessários. “A aprovação desse projeto nos deixa confortáveis no sentido de já estar prontos para poder cumprir mais esse compromisso que a gente tem também em relação à cidade”, conclui Morais.