Após um período marcado por redução na frequência das cirurgias eletivas e questiona-mentos de autoridades locais, a Santa Casa de São Sebastião do Paraíso retoma a realização destes procedimentos com maior frequência, reduzindo a fila de espera que, em dezembro de 2023, alcançava 890 pacientes.
Jean Marco do Patrocínio, superintendente da Santa Casa de Misericórdia de Paraíso, enfatiza que as cirurgias são feitas conforme critérios pré-estabelecidos. “As cirurgias são realizadas de acordo com indicação, disponibilidade de vaga de UTI, disponibilidade de sangue e condição clínica dos pacientes”, afirma.
Patrocínio lembra, entretanto, que o caminhar da fila de espera só não tem sido mais rápido porque muitos pacientes que estavam aguardando por cirurgias não estão comparecendo às consultas pré-operatórias. Segundo ele, esse fator tem comprometido os trabalhos para zerar a fila.
Ainda de acordo com o superintende do hospital, as filas que mais têm andado nesse início de ano são as das cirurgias gerais e ortopédicas, as com o maior número de pacientes em espera. A reportagem do Jornal do Sudoeste solicitou à Secretaria Municipal de Saúde os números atualizados sobre a quantidade de pacientes operados desde a normalização do serviço e detalhes sobre as especialidades que mais avançaram, contudo, não foi atendida até o fechamento da edição.
CÂMARA E PREFEITURA COBRARAM SANTA CASA NO FINAL DE 2023
Em dezembro de 2023, a Câmara Municipal enviou um ofício solicitando a intervenção da 5ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais no acompanhamento da fila de cirurgias e na avaliação da aplicação dos recursos destinados a esses serviços.
O documento, embasado nas discussões da audiência pública sobre o orçamento municipal de 2024, expressava a preocupação dos legisladores com a demora no atendimento aos pacientes. A alocação de R$ 13 milhões do programa Valora Minas, destinada à realização de cirurgias eletivas, não estava sendo efetivamente refletida na redução da fila de espera.
Na mesma época, o prefeito Marcelo Morais, que também é responsável pela Secretaria Municipal de Saúde, admitiu que, embora as cirurgias não tivessem sido totalmente suspensas, o volume e a eficiência dos procedimentos estavam aquém das expectativas da administração municipal. Morais enfatizou a importância de um planejamento eficiente por parte da Santa Casa, especialmente considerando a disponibilidade de recursos financeiros, e classificou a situação como inaceitável diante dos montantes envolvidos.