Com o objetivo de capacitar os profissionais municipais nas ações de prevenção e controle das arboviroses e garantir o acesso aos serviços de saúde pelos pacientes, a Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS Passos) implementou uma série de medidas em sua área de abrangência. As ações visam aumentar a eficiência do controle vetorial para reduzir a probabilidade de casos de arboviroses – dengue, chikungunya e zika –; diagnosticar precocemente a doença e garantir uma assistência oportuna e de qualidade para evitar óbitos na área da Regional de Saúde, que é formada por 27 municípios.
“Quando se pensa em arboviroses, temos que pensar nas ações referentes ao controle vetorial, ações de assistência ao paciente, de diagnóstico, tratamento, e nas ações de mobilização social”, diz a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Passos, Márcia Aparecida Silva Viana.
Segundo Márcia Silva, o objetivo deste ano é evitar que se repita a alta incidência de casos de dengue, que é a arbovirose mais prevalente no país, e vigiar o aparecimento de casos de chikungunya e zika.
“No período sazonal das arboviroses de 2023, o cenário foi caótico em nossa região, com 38 óbitos. Quando investigados, percebeu-se que todos eles eram evitáveis, e isso nos fez pensar no desenvolvimento de estratégias, para que neste ano tenhamos um cenário diferente”, disse a coordenadora do NUVEPI.
Para a superintendente Kátia Rita Gonçalves, é a partir do município que se consegue manter as estratégias regionais de combate ao mosquito. “O enfrentamento à dengue é um dos projetos estruturantes do Governo de Minas, é prioritário”, disse.
“E nesse contexto, uma figura pública tem papel fundamental. Trata-se dos chefes do poder executivo de cada município, que, enquanto líderes em seus territórios, são capazes de sensibilizar as pessoas em torno de uma causa”, observa. “A percepção da população, no que se refere à importância de combater a dengue, é diferente quando ela percebe que o prefeito e o secretário de saúde, ao menos uma vez, saiu para as ruas para participar de algum mutirão, caminhada, visita nas residências, entre outros”, disse a superintendente, acrescentando que incentiva e confia nas lideranças locais.
AÇÕES ININTERRUPTAS
Devido aos múltiplos fatores relacionados às arboviroses, a SRS Passos propõe aos municípios o desenvolvimento de ações ininterruptas contemplando todos os eixos temáticos; sendo eles: da vigilância, assistência médica e farmacológica, comunicação e mobilização e gestão, controle vetorial e labo-ratorial.
Dentre elas, a avaliação do controle vetorial realizado nos municípios indicado no Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e Levantamento de Índice Amostral (LIA), monitoramento do número de casos de arboviroses, capacitação de recursos humanos e fornecimento de insumos e equipamento, como inseticidas e aplicadores.
Uma dessas capacitações ocorreu em outubro de 2023, para os agentes de combate às endemias (ACEs) aplicarem um inseticida dentro dos imóveis, a Permetrina, uma nova estratégia da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para o controle vetorial nos municípios.
Reuniões de análise, avaliação e alinhamento de procedimentos também são realizadas com municípios que apresentam alta incidência de casos de dengue ou outra arbovirose. Esse trabalho é feito pelo o Comitê Regional de Enfrenta-mento das Arboviroses (CREA), que é composto por referências dos eixos de atuação da SRS Passos.
“Quando o número de casos aumenta, o CREA convoca a equipe municipal para discutir quais possíveis falhas que estão levando a esse aumento. Identificadas as falhas, é estabelecido um alinhamento para que sejam sanadas. Se as ações executadas pelo município não conseguem interromper o aumento de casos, o município é orientado a executar as propostas do plano de contingência das arboviroses”, explica Márcia Silva.
INSUMOS
O fornecimento de larvicidas e inseticidas também é outra medida da SRS Passos junto aos municípios, em atendimento às demandas para o trabalho de rotina e medidas emergenciais. São o larvicida, para o tratamento focal domiciliar, o inseticida para pontos estratégicos, a Permetrina, para uso intradomicílio, e o produto para atividades de Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido como fumacê, para ação emergencial.
Segundo a referência técnica em controle vetorial e insumos estratégicos do NUVEPI, Waldecir Evilson Serafini, os estoques de larvicidas e inseticidas estão completos, para atender aos municípios, conforme a necessidade de cada um. “Os insumos são liberados para os municípios à medida que eles utilizam o estoque anterior e solicitem nova remessa quando precisarem. Por isso, é importante que os responsáveis procederem um controle de estoque criterioso para não haver falta do insumo”, disse. (por Enio Modesto)