(Por Rafaela Reis)
Todos os poetas do mundo,
Se veem em face do sentir.
“Sentir o quê?”, eles indagam.
“Sentir a vida amargamente doce correr nas veias do corpo...” Outro responde.
Nos perdoem, cidadãos.
Sabemos apenas falar poesia.
Bedelhamos o que vem do coração,
Não existe privilégio à cortesia.
Uma pergunta em nossa mente,
Se faz mais duas reflexões.
Uma sensação em diferente
É analisada na “escala das emoções”
Pois formados na escola dos poetas fomos nós,
Donde o amor é professor e diretor.
Aonde a dor é um rígido coordenador
E na qual se ensina que viver é deixar-se experimentar.
Lições de uma era que já não se aprende mais,
Dado à falta visível de sensações no mundo.
Coração já não sente mais nada e que, contudo,
Apenas aceitou esse tão preto e branco mundo que nos tira a paz.
Desejo a todos a sensação
De sentir tão infindo o amor
E que ele não propague qualquer dor
Mas que cresça feito hera venenosa no coração.
Pois um corpo insensível já se perfaz...
É um ser morto-cinza já debilitado
E que em caixão de prata aqui jaz
Com penumbra e pesar já se sucedeu sepultado.
– Num futuro distante quem sabe Deus, preexistente à morte,
tenho covardia de presenciar a falta de sorte
e anunciar em falso e lúgubre clamor,
que os poetas do mundo morreram pela falta do amor.