A Semana Santa no Brasil é um período em que a tradição e a fé ganham destaque, principalmente no que diz respeito aos hábitos alimentares de boa parte da população. Isso porque os católicos evitam comer carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão, aumentando a procura por pescados em geral, principalmente peixes.
E em São Sebastião do Paraíso não poderia ser diferente, uma vez que o catolicismo está enraizado na cultura do povo. Por isso, desde o início desta semana, o comércio local de peixes tem aumentado de forma significativa, como afirma o empresário Rubens Marques Martins, que espera vender dez toneladas de pescados durante os dias que antecedem a Páscoa, cerca de 100% a mais do que em 2023. Para se ter ideia do quanto a procura aumenta, ele faz um comparativo. "Normalmente, trabalhando duas vezes por semana, eu costumo vencer cerca de 200 quilos de peixes".
Para dar conta da demanda, o vendedor prepara e congela filés de tilápia (o carro-chefe da empresa) para vender em sua barraca, situada à avenida Oliveira Rezende, em frente ao Pelotão do Corpo de Bombeiros. Entretanto, a procura tem sido tão alta que Rubens já fez um novo pedido ao fornecedor.
Apesar da proximidade da Sexta-Feira da Paixão, Rubens Marques conta que boa parte dos clientes deixa para comprar seus peixes de última hora. Desse modo, ele e sua equipe planejam trabalhar no feriado. "Muita gente vem na quinta-feira ou até mesmo na sexta-feira, pela manhã. Também tem aqueles que vêm no sábado para preparar o almoço de domingo. Esses dias costumam ser bem mais movimentados", conclui.
Além do filé, a tilápia em postas e a traíra desossada têm sido muito procuradas pelos consumidores. A motorista de aplicativo Sandra Cristina Souza comenta que o peixe é prato obrigatório na mesa de sua família na Sexta-Feira Santa e na Páscoa. "A gente não compra o bacalhau por causa do preço, mas não deixamos a nossa fé de lado. Na nossa Semana Santa sempre tem um peixinho em casa. Fazemos a nossa oração, agradecemos a Jesus pelo sacrifício e comemos com alegria", conta a popular enquanto faz suas compras.
Sobre o preço dos produtos, Rubens explica que os peixes sofreram uma alta de cerca de 15% em relação ao ano passado. Em 2023, o quilo do filé de tilápia custava R$48. Hoje, custa R$56. "Esse aumento já veio para nós do fornecedor, então, apenas repassamos. Nosso lucro continua sendo o mesmo do ano passado", explica o empresário.