Coluna Espírita

HÁ 77 ANOS... Divaldo Franco

Por: . | Categoria: Do leitor | 10-04-2024 00:01 | 46
Foto: Arquivo

Aconteceu inesperadamente.

Estava de férias com Nilson de Souza Pereira na cidade de Aracaju, como hóspede do Sr Ederlindo Sá Roriz e sua senhora.

Espírita militante, o querido amigo me convidou para falar perante o público que estaria na reunião doutrinária daquela noite, em 27 de março de 1947.

Eu era médium antes e costumava entrar em contato com os espíritos facilmente. No entanto, eu nunca tinha falado em público em nenhuma circunstância. Gentilmente, eu recusei a deferência. No entanto, o amigo, com grande habilidade, explicou-me que seria uma conversa fraterna sobre o fenómeno mediúnico com os amigos que frequentavam aquela Federação. Seriam pessoas modestas e em pequeno número.

Acenei com preocupação e meditei sobre uma página que tinha lido nesse dia na revista Reformador do mesmo mês, intitulada A Lenda da Guerra, ditada pelo Espírito Humberto de Campos ao médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Quando chegou o momento, estavam presentes 27 pessoas e eu fui apresentado pelo presidente da nobre instituição.

Eu tinha 19 anos e estava visivelmente nervoso.

Depois das palavras convencionais de referência ao público, expliquei que me referiria a essa mensagem de alto conteúdo moral e espiritual.

Sem saber como explicar, esqueci completamente do conteúdo dela. Tentei uma, duas vezes abordar a questão, sem sucesso.

Muito envergonhado, pedi desculpas ao público, lamentando meu esquecimento. Mas, nesse momento, vi entrar na sala de pequenas dimensões um ser desencarnado simpático que me disse: -Eu sou Humberto de Campos. Eu vou falar por você e estarei sempre com você.

Imediatamente fui retirado e por mais ou menos 40 minutos abordei o assunto com considerações muito oportunas. Quando eu terminei, copiosa e visivelmente transpirado, o auditório modesto explodiu em aplausos.

No final da reunião, o presidente perguntou-me se eu poderia falar novamente no dia seguinte e, como tinha sido fácil para mim, eu aceitei.

Foi desde então que minha existência passou a ter um significado feliz.

Como funcionário de uma autoridade local (IPASE), cumpri meus deveres sociais ao mesmo tempo que me dedicava à divulgação do Espiritismo, de forma totalmente gratuita.

Os anos passaram e ontem (27 de março de 2024), lembrei de toda a minha trajetória que me levou a 71 países dos 5 continentes, expondo o Evangelho de Jesus e os valores éticos que servem de base para o progresso da humanidade.

Agradeço a Deus por ter me guiado nesta longa trajetória em que ainda me encontro aos 96 anos, vivendo e divulgando o amor, a caridade e os deveres da dignidade humana.

Agradeço também aos amáveis leitores que me dão a honra de me acompanhar nas páginas que escrevo neste órgão.

Artigo publicado no jornal A Tarde, na coluna Opinião, em 27 de março de 2024.
DIVALDO FRANCO professor, médium, escritor, orador, e filantropo brasileiro.