COLHEITA CAFÉ

Colheita se antecipou, e é atribuída a mudanças no clima, principalmente calor

Por: Nelson Duarte | Categoria: Agricultura | 19-05-2024 05:03 | 1867
Sebastião Donizete Ferrarez (Tiãozinho)
Sebastião Donizete Ferrarez (Tiãozinho) Foto: Nelson Duarte

A colheita do café em São Sebastião do Paraíso e outros municípios produtores no Sudoeste Mineiro e Nordeste Paulista, já se iniciou, diga-se de passagem, mais cedo que o costumeiro. Esta antecipação é atribuída a efeito climático, por conta de ondas de calor que atingiram esta região cafeeira. Colheitadeiras e apanhadores já se movimentam nas lavouras.

A colheita se antecipou em torno de um mês, de vez que tradicionalmente se inicia no final de maio, início de junho.

O turmeiro Sebastião Donizete Ferrarez (Tiãozinho), 60 anos, é de uma família que ao longo dos anos tem se dedicado à cafeicultura na região de Paraíso. Neto e filho e irmão de cafeicultores, trabalha em lavouras cafeeiras desde os 11 anos.

Sobre o adiantamento da apanha, ele observa que  a mudança de tempo influenciou “foi apenas uma florada neste ano, e que graças a Deus vingou, correu tudo bem”.

Quanto a produção no município de Paraíso, Tiãozinho em lavouras que acompanha disse que há áreas melhores e outras mais fracas, e pensa que o rendimento poderá ser inferior que o ano passado, vai ter quebra de safra. Explica que muitas lavouras foram decepadas ou esqueletadas. Há também lavouras em que faltaram trato, disse.

No próximo mês com sua turma de doze apanhadores irá trabalhar na colheita no município de Itamogi. “Faz tempo que trabalhamos lá. O fazendeiro gostou muito do nosso serviço. Meu irmão já está com a turma dele toda registrada em Itamogi. Sempre acontece de apanhadores irem para outros municípios durante a apanha”, explica.

Essa mudança climática é sentida em outras regiões cafeeiras. Em Bragança Paulista, por exemplo o calor tido como “extremo e incomum”, tem causado o adiantamento da colheita, conforme disse José Oscar Ferreira Cintra, presidente da Associação de Cafeicultores.

Conforme Cintra, grãos estão menores nessa safra, mas haverá grande quantidade de café. Ele atribui esse fenômeno ao fato de nos últimos três, quatro anos, ter havido excesso de calor, faltado chuva e excesso de frio”, divergindo do tradicional clima daquela região.