A F1 embarcou em uma viagem de cinco corridas pelos próximos 6 finais de semanas consecutivos, começando pelo GP da Espanha deste domingo, 10ª etapa de um total de 24 provas deste Mundial. Na sequência teremos os GPs da Áustria, Inglaterra, Hungria e Bélgica antes das férias de agosto do verão europeu.
Barcelona tenta sobreviver na F1 após 2025 quando o GP da Espanha deverá mudar-se para as ruas da capital Madri. O circuito da Catalunha com 4.657 metros é uma das pistas tecnicamente mais exigentes do calendário para carros e pneus, que põe à prova as eficiências ou deficiências de cada carro. É um dos melhores circuitos de testes da F1 que por muitos anos foi o local preferido para os testes de pré-temporada devido às características do traçado com curvas variadas de alta, de média e de baixa velocidades e com a longa reta dos boxes. Mas na maioria das vezes, essas peculiaridades acabam minguando as disputas e não é novidade corridas ruins em Barcelona. Se alguém pedisse para eu escolher um final de semana de corrida na praia, o GP da Espanha estaria na minha lista.
Pelas exigências do traçado, a Pirelli mais uma vez disponibilizou os compostos mais duros de sua gama de pneus, C1, C2 e C3. O recorde da pista pertence a Max Verstappen com 1:16:330 obtido no ano passado com a Red Bull. O mesmo Verstappen fez a pole position e venceu a prova em 1h27min57s940.
A corrida de amanhã com largada às 10h pelo horário de Brasília será o 54º GP da Espanha que faz parte do calendário da F1 entre idas e vindas desde 1951 e já passou por Pedralbes, Montjuic Park, Jarama, Jerez de la Frontera e Barcelona, que recebe a prova pela 34ª vez ininterrupta desde a inauguração do Circuito da Catalunha em 1991. Michael Schumacher e Lewis Hamilton lideram o ranking dos maiores vencedores do GP da Espanha com 6 vitórias para cada. Além de Hamilton, apenas Verstappen com três vitórias, e Fernando Alonso com duas, venceram a prova entre os pilotos em atividade. Entre as equipes a Ferrari é a que mais venceu na Espanha com 12 vitórias contra 8 da McLaren.
A Ferrari que se perdeu no final de semana do GP do Canadá chegou a Barcelona motivada pela segunda vitória consecutiva da divisão de endurance nas 24 Horas de Le Mans conquistada de forma dramática no último final de semana. Pouco menos de duas hora para a bande-irada, o modelo 499P com o numeral 50 liderava a prova e quase tudo foi para o espaço quando a porta direita do carro se abriu e o dinamarquês Nicklas Nielsen que estava no comando precisou fazer um pit stop extra para o fecho da porta e caiu para a 5ª posição. Depois de retomar novamente a liderança, Nielsen precisou conduzir o carro na ponta dos dedos para economizar energia e receber a bandeirada com menos de 1% de energia.
Foi uma vitória conquistada com suor e lágrimas e de quebra um feito histórico: Desde 1934 com a Alfa Romeo que nenhum outro fabricante vencia o GP de Mônaco e as 24 Horas de Le Mans no mesmo ano. Charles Leclerc venceu em Mônaco no final de maio.
A conquista em Le Mans é um alento para Leclerc e Carlos Sainz voltarem aos trilhos depois do fiasco no Canadá. Com a vitória na última corrida, Verstappen abriu 56 pontos de vantagem (194 a 138) sobre Leclerc que ainda se mantém na vice-liderança do campeonato, enquanto a Red Bull distanciou-se 49 pontos da Ferrari (301 a 252).
A boa notícia na medida em que a F1 caminha para metade do campeonato é que a Red Bull não tem um carro tão assombroso como parecia no começo do ano. A má notícia é que as pistas em que era preciso atacar as zebras para andar rápido, como Ímola, Mônaco e Canadá, que expunham as deficiências do modelo RB20 de Verstappen ficaram para trás e a tendência é de que o holandês volte a ter menos trabalho do que encontrou nas etapas anteriores. Mas a temporada passa por uma fase em que a McLaren está em plena evolução e cada vez mais ameaçadora à Ferrari e Red Bull. E no Canadá a Mercedes deu sinal positivo de que pode entrar na luta ao menos por pódios.