Divaldo Franco - Professor, médium e conferencista
O envelhecimento é fenômeno natural a que estão sujeitas todas as coisas existentes.
O desgaste imposto pelo uso faz com que o tempo exerça uma poderosa força de destruição e aniquilamento em tudo.
Nos seres vivos, animais e vegetais, é a ocorrência que tem lugar normalmente antes da morte.
Quando se trata da existência humana, às vezes, é o começo da experiência carnal, na qual as forças e energias de que se constitui consomem-se.
A velhice é, portanto, parte do existir.
Quando ocorre com os seres inteligentes, merece respeito e consideração, em razão dos atos que foram praticados.
O planeta progride com a sabedoria dos que o habitam, tornando-o educandário sublime, através do qual alcançamos a plenitude.
O vigor da juventude e os ideais arrebatadores que a constituem, à medida que vão sendo aplicados, transformam-se em sabedoria, facultando torná-lo um santuário de paz e um celeiro de amor.
Nem sempre, porém, é assim. Muitas vezes ocorre que o ser, ainda brutalizado no seu processo evolutivo, utiliza-se dos verdes anos para atitudes de agressividade e desrespeito à vida e aos seus códigos de elevação. A sua, então, será uma velhice amarga, constrangedora, carregada de azedume e rancor.
Esse idoso desfila no seio da humanidade como peça desajustada e digna de abandono. Vemo-lo, então, vencido pela soberba e pelo desprezo de que se utilizou durante a juvenil existência.
A figura do ancião, pelo contrário, deve apresentar-se afável e gentil, jovial e acolhedora, proporcionando segurança e bem-estar àqueles que ainda não enfrentaram os naturais desafios existenciais.
São as lutas que no transcurso da jornada amadurecem os seres e os preparam para a velhice feliz.
Há, portanto, pessoas idosas e ricas de sabedoria e outras carregadas de amarguras e desencantos.
Envelheça no bem os seus sentimentos ainda em desenvolvimento, a fim de vestir-se de sabedoria e construir uma existência de beleza e alegrias. Uma face juvenil pode despertar muita simpatia, porém, se os seus sentimentos não são de amor e lealdade, a máscara desfaz-se e inspira desagrado.
Desse modo, aprende com o tempo o envelhecimento moral e sê sempre jovem na esperança, na compreensão e no culto dos deveres.
O amor e a fraternidade jamais envelhecem e mantêm a sua atualidade. Mantém-te, pois, jovem e atual.
O bem que faças a ti mesmo fará um grande bem e serás, sem dar-te conta, um anjo amigo para todos.
Que todos aqueles com os quais conviveres, seja qual for a tua idade biológica, encontrem na tua velhice o apoio e a ajuda necessários para alcançares a bênção da paz.
Artigo originalmente publicado
no Jornal A Tarde, coluna
Opinião, em 20 de junho de 2024