Eliana Mumic Ferreira
O amor é gentil
E, ao chegar, pede licença dizendo: posso entrar?
Sutil, qual um perfume, exalando sua essência, faz sentir sua presença e penetra sem forçar.
O amor não tem ciúmes, não duvida, não reclama e respeita as diferenças sem fingir ou enganar.
É o abraço que não falta, é presença de harmonia,
na saúde e na doença, na tristeza e na alegria.
O amor é verdadeiro é fiel e não se omite e jamais nos abandona, em momentos de perigo.
Pelos frutos que produz no amor se pode crer confiando a própria vida sem receio de sofrer.
O egoísmo, porém, é ousado e sedutor não assume compromissos e nem pede por favor.
Ele invade o seu espaço sem respeito
ou querer bem, pede beijos, quer abraços,
mas não gosta de ninguém.
Sempre acha que é o talo e exige, o tempo inteiro, ser o centro do universo e, também, ser o primeiro.
Mas bajula e fica perto quando isso lhe convém.
No templo do coração, ao profano não condiz pisar o solo sagrado e penetrar no sacrário:
Dá, portanto, ao egoísmo, seu lugar como aprendiz,
e ao amor, no santuário, dá o reino e sê feliz.
(Do livro Matizes)
Eliana Mumic Ferreira, Membro Efetivo da Academia Paraisense de Cultura (APC)