POESIA

AMOR E EGOÍSMO

Eliana Mumic Ferreira
Por: . | Categoria: Do leitor | 24-07-2024 01:11 | 1121
Foto: Arquivo

Eliana Mumic Ferreira

O amor é gentil

E, ao chegar, pede licença dizendo: posso entrar?

Sutil, qual um perfume, exalando sua essência, faz sentir sua presença e penetra sem forçar.

O amor não tem ciúmes, não duvida, não reclama e respeita as diferenças sem fingir ou enganar.

É o abraço que não falta, é presença de harmonia,

na saúde e na doença, na tristeza e na alegria.

O amor é verdadeiro é fiel e não se omite e jamais nos abandona, em momentos de perigo.

Pelos frutos que produz no amor se pode crer confiando a própria vida sem receio de sofrer.

O egoísmo, porém, é ousado e sedutor não assume compromissos e nem pede por favor.

Ele invade o seu espaço sem respeito

ou querer bem, pede beijos, quer abraços,

mas não gosta de ninguém.

Sempre acha que é o talo e exige, o tempo inteiro, ser o centro do universo e, também, ser o primeiro.

Mas bajula e fica perto quando isso lhe convém.

No templo do coração, ao profano não condiz pisar o solo sagrado e penetrar no sacrário:

Dá, portanto, ao egoísmo, seu lugar como aprendiz,

e ao amor, no santuário, dá o reino e sê feliz.

(Do livro Matizes)

Eliana Mumic Ferreira, Membro Efetivo da Academia Paraisense de Cultura (APC)