Vejo-te, atônito, junto a mim, a oscular-me, agora. Auspiciosa ou nefasta? Não sei! Como deverei ver-te? Sinto-me, atrófico e inerte, nesta infausta e extrema hora. Hoje, aqui, fatalmente, haverei mesmo de conhecer-te?
Debalde, muitas vezes, nesta pálida e esquelética face, Muitas lágrimas rolaram. E, hoje, cadavérica, ela espera, Temerosa ou intrépida, o arquétipo do horror: o desenlace, A morte, lenta e impiedosa, que meu gélido corpo dilacera.
Grotesco, encovado e trépido. Aqui estou, inerte e moribundo. Vou morrer ou nascer? Por quê, então, ainda, me pergunto? Sou espectro ou homem? Ou serei, pó e cinza, somente?
Fogo-fátuo? Mortal ou imortal? Deixo, agora, este mundo. Ó incógnito sepulcro, abre-te e acolhe este pobre defunto, Mas, liberta desta clausura minha alma cativa e doente.
Dr. Melchior da Matta 29/07/2024 Dr. Melchior da Matta é bacharel em Letras, Ciências Contábeis e Advogado