Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista
Vivemos um dos grandiosos momentos da evolução da sociedade.
Dantes jamais experienciamos glórias da cultura e da tecnologia em que a Ciência alcançou níveis de conforto e desenvolvimento quais os que hoje nos proporcionam prazer e ventura.
Sonhos que se demoravam na imaginação tornaram-se realidade no dia a dia.
Conquistas extraordinárias no macro como no microcosmo estão ao alcance do ser humano, graças aos esforços de incomparáveis e audaciosos investigadores, que transformam imagens mentais e pensamentos extraordinários em fatos deslumbrantes.
Máquinas de complexidade incomum ajudam a solucionar os quesitos desafiadores do planeta e da existência humana, e ao ser atingido este patamar, outros quase absurdos começam a tomar lugar na imaginação.
Por outro lado, problemas de natureza moral e espiritual tomam conta da sociedade, apresentando um espetáculo hediondo de paixões e loucuras jamais visto ou imaginado, tornando infelizes as criaturas humanas.
As aberrações do comportamento são mais audaciosas, transformando a sociedade em um gigante desnorteado com muito poder e sem qualquer interesse em recuar no avanço da desagregação.
Espetáculos vergonhosos tornam-se comuns e repetidos de tal forma que já não despertam surpresas nem se submetem à timidez e à vida no incêndio alucinado dos acontecimentos degradantes. Os valores éticos e morais quase desapareceram, enquanto aumentam os desequilíbrios emocionais e morais, que impedem discernir-se o correto daquilo que é patológico.
Aberrações passam à postura de normalidade, enquanto vícios e dependências sórdidas assumem o comando dos procedimentos habituais.
O caos nos relacionamentos humanos encontra-se estabelecido e os sentimentos brutalizados afetam a afetividade, que se vai transformando em técnica de conseguir-se poder e riqueza.
A paisagem humana examinada em profundidade assusta. As pessoas temem umas às outras e preferem viver enfrentamentos contínuos à bênção da solidariedade fraternal.
As entidades de ajuda ao próximo encerram seus programas e algumas outras que tentam sobreviver sofrem os efeitos do caráter dos seus membros, na desonestidade e nos descaminhos morais.
Nunca o Evangelho fez tanta falta como nestes dias.
Muitas religiões e pouca religiosidade. Grande ostentação de fé e quase nenhuma ação de amor ao próximo.
Neste momento, como ocorreu em outros na História, uma suave brisa de compaixão, amor e paz perpassa, rociando os Espíritos aturdidos e necessitados, trazendo a certeza da imortalidade da alma, a alegria da chegada de um mundo melhor e de criaturas humanas mais afáveis e misericordiosas.
Ao Espiritismo cabe essa missão, porque os Espíritos sopram onde querem.
Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 18 de julho de 2024