Curativo à base de celulose com nanopartículas de prata a ser utilizado em diversas fases de cicatrizações de feridas, inclusive as mais graves, capaz de acelerar o processo de cura, e diminuir a concentração de bactérias, foi desenvolvido por pesquisadores de universidades de Franca e Araraquara. A ideia inicial do projeto surgiu em 2019 quando o paraisense Saulo Duarte Ozelin cursava doutorado em Ciências pela Universidade de Franca. Saulo foi o coordenador da pesquisa em Franca, e concluiu seu doutorado em 2022.
Através da pesquisa, já publicada em revista científica, foi desenvolvido curativo à base de celulose com nanopartículas de prata, para ser utilizado em cicatrizações de feridas, inclusive as mais graves. O curativo conforme ficou comprovado, diminui a concentração de bactérias e acelera o processo de cura. O curativo biológico e feito com utilização de membranas preparadas em laboratórios, utilizando açúcar para o cultivo, para produzir a celulose, usando rota biotecnológica.
Conforme explica Doutor Saulo Duarte Ozelin, a prata, além de propriedade antimicrobiana também pode induzir mecanismos nas células que estão na região de cicatrização na pele, induzindo respostas celulares capazes de regular controle da inflamação, quanto à proliferação das células, produzindo vasos sanguíneos que irrigam essa nova região.
Saulo ao comentar sobre o projeto ao Jornal do Sudoeste, disse que a orientadora na Unifran, seu grupo universitário de pesquisa, tinham parceria de longa data com equipe de Araraquara, principalmente com expertise em celulose e nanopartículas. “O laboratório em Franca tinha expertise maior em ensaios biológicos. Com base nessas duas experiências, existia um curativo comercial de celulose bac-teriana, já disponível para a população. Atividade bastante interessante para cicatrizar feridas, e a ideia foi utilizar nanopartículas que a equipe de Araraquara tinha, para produzir material novo, a combinação do curativo de celulose, com as nanopartículas. No período de 2020 a 2022 eles nos forneceram esse material e executamos”, salientou.
Na Unifran, Saulo ficou responsável pelos ensaios biológicos, estudo de cicatrização de feridas, usando ratos como cobaias, aplicando novos curativos. A equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto foi a BioSmart Nanote-chnology que produz a celulose, aquele curativo base, enquanto o grupo de pesquisa da Universidade de Franca, pelo Laboratório de Mutagênese e Hospital Veterinário, Saulo foi responsável pelo desenvolvimento do projeto, sendo a Professora Denise Crispin Tavares, orientadora de seu doutorado.
Em Araraquara, na parte de pesquisa de nanopar-tículas e celulose esteve o Professor Hernane Barud, integrantes da UNESP de Araraquara colaboraram na parte de caracterização dentre outros que ajudaram de alguma forma no desenvolvimento desse trabalho.
Conforme está demonstrado, com a utilização da celulose bacteriana, há redução do tempo de tratamento de pacientes e do custo, entre trinta e quarenta por cento. É considerada como alternativa muito interessante para pacientes acamados, e diabéticos que têm problemas de cicatrizações em lesões cutâneas.
O paraisense Saulo Duarte Ozelin concluiu seu doutorado em 2a022, e continua na área de pesquisa. Atua na empresa BioS mart, de Araraquara, que foi parceira em seu projeto.