A paraisense Patrícia Guedes Braghini, graduada em Física pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), idealizou e junto ao pesquisador Filippo Ghiglieno, desenvolveu um equipamento capaz de detectar a presença de células cancerígenas na circulação sanguínea, além de outras doenças. O sistema, segundo informações, já está registrado em agências reguladoras no Brasil com a patente “Teste diagnóstico portátil para qualificação e quantificação de diferentes tipos de células e uso”, e deu entrada para registro também na Europa.
Patrícia explica que o IG11, como foi batizado, deve estar disponível para venda no mercado em aproximadamente um ano e meio. O aparelho, em fase de testes, é composto de hardware e software que além de detectar a presença de células cancerígenas na circulação sanguínea, e outras doenças, prima-se pela agilidade, de vez que é capaz de enviar o resultado do exame em até 15 minutos, para o paciente, por aparelho celular ou e-mail.
Para a elaboração de exames capazes de detectar patologias como câncer e anemias, e hemogramas, em alguns minutos, basta que o paciente insira uma gota de sangue no sistema IG11, hardware, que coleta os dados e os envia para o aplicativo. As informações são captadas para análise remota. Patrícia Guedes enfatiza que “o dispositivo não foi criado com o objetivo de substituir o diagnóstico médico, mas como ferramenta acessória para a realização de exames sanguíneos”. O diferencial é o paciente não ter que ir a um laboratório de análises e menor tempo para a obtenção de resultados.
Patrícia Guedes teve sério problema de saúde, infecção generalizada que a levava a diversos exames de sangue diariamente. “Enquanto paciente, me dei conta de que fazer hemogramas, muitas vezes seguidas pode ser bastante doloroso, seja pela angústia da espera pelos resultados, ou pela dor que uma agulha pode causar em um braço já lesionado por outras picadas”.
Esta experiência a motivou desenvolver o IG11 juntamente com o pesquisador Filippo Ghiglieno, sendo o design criado por Alessandro Lamanna.
Os pesquisadores levaram quase dois anos para criar o sistema, e nos testes realizados em parceria com unidades de saúde no Brasil e exterior, tem sido eficiente na análise quantitativa e qualitativa dos componentes do sangue e de células.
Atualmente o sistema portátil aguarda aprovação de agências reguladoras. Para o futuro, além de análises de sangue, os pesquisadores não descartam a possibilidade de análises de urina e tecidos, aperfeiçoando a tecnologia para maior abrangência.
“Qualquer pessoa poderá comprar o dispositivo, que é seguro e fácil de ser utilizado. O paciente poderá fazer o seu próprio teste e enviar os resultados para o seu médico”, explica a paraisense Patrícia Guedes.