Meus irmãos, depois dessa longa caminhada, nunca se fizeram tão necessários a vivên-cia e a prática do equilíbrio, da sensatez, da consideração e respeito ao próximo, buscando principalmente o entendimento e o significado da vida.
Em tempos primórdios, até que se poderia relevar a brutalidade, a rusticidade, a ignorância empregada, porque naquela época ainda não se tinha o acesso às informações de educação e desenvolvimento moral e cultural, ficando prejudicado o burilamento dos homens no convívio social. Foram tempos bárbaros, mas com o passar dos anos, essa condição animalesca foi ficando para trás, cedendo lugar para as atitudes mais raciocinadas.
Muito tempo se passou e hoje nos encontramos em um mundo completamente diferente, depois de termos passado por várias experiências, onde muito foi feito, para que agora, pudéssemos desfrutar das conquistas alcançadas. De fato, se compararmos entre um estágio e outro, veremos que existe um enorme abismo nas condições do ontem e do hoje. Observamos um grande avanço na tecnologia, na cultura, na espiritualidade, experiências que nos ajudaram e continuarão a ajudar no desenvolvimento e aperfeiçoamento, condições essenciais para os afazeres diários. Mas agora que já passamos por todas as etapas mencionadas, cabe-nos mais um questionamento e que poderia ser considerado o principal: como anda o nosso crescimento e desenvolvimento moral?
Começaríamos afirmando que não cabe se esconder em desculpas infundadas, alegando desconhecimento, sabendo de todos os recursos às informações, disponíveis a todos nós. Mas ao nos depararmos com esse questionamento, com essa indagação, torna-se preocupante a realidade atual, diante desse entendimento. As pessoas estão mergulhadas em coisas inúteis, supérfluas, afazeres terrenos que proporcionam alegrias e satisfações ilusórias. Tanto é verdade que nos deparamos ou ouvimos em relatos diários, a quantidade imensa de pessoas que possuem seus dotes materiais, capazes de lhes ofertar e suprir qualquer necessidade, mas não estão completas, estão sempre em busca de algo que nem sabem o que é, uma inquietação que lhes perturbam e roubam a paz, não permitindo o gozo de uma alegria plena, agravados na maioria, por não saberem a origem e nem as consequências desses distúrbios.
A posse e a riqueza material não são de nenhuma espécie condenadas pela doutrina, apenas se chama a atenção para a forma de seu emprego em seu benefício e aos que lhes rodeiam.
Irmãos, tornou-se explicito a todos nós, presenciarmos cenas de total desiquilíbrio, de total insensatez, de falta de respeito para consigo próprio e consequentemente com os demais, trazendo à tona e revelando a lacuna obscura existente entre o homem e Deus.
O desiquilíbrio já é grave por si só, e quando sai de seu habitat, atingindo aos que lhes rodeiam, mais grave se torna. Pedimos aos irmãos já despertos, que ajudem no trabalho do aconselhamento das informações, das orientações, junto aos adormecidos, para que busquem nas estruturas disponíveis, os recursos ao seu despertar, desenvolvendo e praticando os ensinamentos cristãos. Ensinamentos esses que podem trazer luz às trevas existentes, que provocam tanto sofrimento e tanta angústia nos corações desavisados.
Meus irmãos, o tempo é escasso, mas nunca é tarde para o despertar e começar uma nova história...
UEK - União Espirita de Kardec
- São Sebastião do Paraíso
28/10/2024
João Batista Brandão