Eliana Mumic Ferreira
Quando criança jogava bola de gude e peteca, brincava de fazer rodas, de ciranda cirandinha, de casinha de boneca e a vida foi a escola onde aprendi a viver.
Os tombos e raladuras foram tantos que nem sei, em alguns eu me dei bem, em outros me machuquei.
Mas eram tempos de fadas de bruxas e assombração, do reino do faz de conta e muita imaginação.
Brinquei, provei e senti momentos bons e ruins, foram trancos e barrancos. Mas confesso que vivi.
Casei-me na flor da idade, e fui rainha de um rei, um jovem e sonhador e homem que sempre amei.
Tivemos filhos e netos, depois vieram bisnetos.
Tivemos dias de sol, cheios de luz e alegria noites de frio e calor, conflitos e desafios. Amei, sofri, descobri que o amor é o alicerce da unidade e harmonia.
Felicidade é uma arte que deve ser construída. Por amar a minha rosa aceite os seus espinhos, mas ganhei o seu perfume e confesso que vivi.
Hoje sou aposentada, meu esposo Deus levou.
O vento norte ao soprar diz que o inverno já vem e logo mais se completa este meu ciclo, também.
No livro de minha vida, já na página noventa, releio o que foi escrito e como eterna aprendiz, hoje sei que as diferenças são expressões e matizes da arte de ser feliz.
Agradeço pelos dons da luz, da fé, da esperança, e do amor que recebi.
Agradeço tudo, enfim, e confesso que vivi.
Eliana Mumic Ferreira, Membro Efetivo da Academia Paraisense de Cultura (APC)