PATRIMÔNIO CULTURAL

Paraíso avança na preservação do Patrimônio Cultural

Paraíso avança na preservação do Patrimônio Cultural São Sebastião do Paraíso avança na preservação do Patrimônio Cultural com atualização de inventários: antigo Seminário do Sion, prédio do Instituto Monsenhor Felipe e Escola Estadual Paraisense São Seb
Por: Divulgação | Categoria: Cultura | 07-12-2024 06:01 | 280
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São Sebastião do Paraíso deu mais um passo importante na proteção e valorização de seu patrimônio cultural, com a atualização de três inventários fundamentais. Essas atualizações foram aprovadas na última reunião do Conselho do Patrimônio e incluem registros detalhados de bens culturais do município, reforçando o compromisso local com a preservação de sua história e cultura. Os inventários atualizados listam, catalogam e descrevem bens culturais materiais, que são fundamentais para a identidade da comunidade.

Existem diversas formas de proteger o patrimônio cultural, sendo as principais o inventário, o tombamento e o registro. O inventário é o primeiro passo nesse processo e consiste em identificar e documentar bens relevantes para o município, incluindo edificações, documentos históricos, obras de arte, e manifestações culturais. É um instrumento essencial para que a população conheça os bens de valor histórico e cultural existentes e compreenda a importância de sua preservação.

O tombamento é outra medida de preservação, mais rígida, que visa proteger bens culturais de alterações que possam comprometer suas características históricas. Bens tombados são declarados oficialmente como patrimônio, e qualquer intervenção em suas estruturas ou uso deve seguir regras específicas para preservar sua integridade. Por fim, o registro é uma forma de proteger o patrimônio cultural imaterial, como festas populares, rituais e saberes tradicionais. Com isso, as manifestações culturais que fazem parte da identidade coletiva da cidade são mantidas e transmitidas entre gerações.

A preservação do patrimônio cultural não se limita apenas ao trabalho do governo, mas envolve a participação ativa da população. Ao conhecer os bens inventariados, os cidadãos podem valorizar e proteger seu patrimônio, tornando-se agentes ativos na preservação de sua história. Essa conexão entre a comunidade e seu patrimônio fortalece o sentido de pertencimento e contribui para a manutenção de uma memória cultural rica e viva.

Entre os bens atualizados está o prédio do Antigo Ginásio Paraisense, fundado em 1907, foi pelas iniciativas do Padre Aristóteles Benatti e José Bento de Assis. A escola passou ao município de São Sebastião do Paraíso em 1913, e, em 1918, iniciou a construção de seu prédio próprio. Ao longo dos anos, o Ginásio evoluiu, oferecendo cursos como o Curso Normal e o de reservistas. Dirigido por várias personalidades importantes, como Tabajara Pedroso, ele se expandiu e foi equiparado para exames ginasiais.

O Prédio do Instituto Monsenhor Felipe: Edificação histórica que já abrigou um orfanato, uma escola e atualmente funciona como hotel. Monsenhor José Felipe da Silveira foi pároco da Igreja Matriz de São Sebastião de 1914 a 1939. Ele sonhava em fundar um orfanato para crianças abandonadas, buscando apoio da comunidade e do governo. Em 1931, iniciou seu projeto, mas foi só após sua inesperada morte que seu sucessor, Monsenhor Mancini, conseguiu inaugurar em 1945 a instituição que atendia meninas abandonadas. Com o tempo, o instituto deixou de receber apoio financeiro público, enfrentando dificuldades e encerrando as atividades em 1974. O prédio passou a abrigar diversas repartições públicas, mas, devido à falta de manutenção, foi interditado em 2013 por risco estrutural. Em 2018, a Diocese iniciou uma restauração, e em agosto de 2024, o local foi reinaugurado como o Hotel Monsenhor, resgatando sua importância histórica na comunidade.

Já a história do Prédio da FACEAC, antigo Seminário do Sion, data sua construção em 1942, quando a Congregação de Nossa Senhora de Sion escolheu São Sebastião do Paraíso para estabelecer o Seminário Nossa Senhora do Sion sob a liderança do Padre Lívio Caliari, conhecido como Padre Lino. A obra foi erguida com o apoio dos seminaristas, que ajudavam nos trabalhos de construção ao lado dos operários e do irmão de Padre Lino, Virgínio Caliari, carpinteiro e marceneiro, que executou a marcenaria com madeiras nobres. A igreja ao lado foi construída mais tarde, com sua primeira missa realizada em 1950. O seminário funcionou até 1967 e, em 1970, o prédio foi vendido ao Banco Itaú, que o transferiu para a Fundação Educacional Comunitária de São Sebastião do Paraíso (FECOM), passando a sediar a FACEAC e outros cursos superiores. Atualmente, o edifício abriga escolas de ensino fundamental e cursos universitários.

A atualização dos inventários garante que as informações sobre os bens culturais estejam sempre completas e precisas, auxiliando na tomada de decisões para sua proteção e valorização. É fundamental que a população conheça os bens culturais inventariados, tombados e registrados em São Sebastião do Paraíso. Esse conhecimento contribui para a valorização do patrimônio cultural e para o desenvolvimento de ações de preservação.

O município disponibiliza os inventários para consulta pública na Casa da Cultura, localizada na Avenida Oliveira Rezende, no 509, Bairro Braz ou pelo telefone 35 3539 5002. A população também pode acessar informações sobre o patrimônio cultural no site da prefeitura e nas redes sociais.